quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Humorista Shaolin em coma após o acidente (espiritismo e o coma)

COMA. Podemos definir o coma como uma síndrome ou estado caracterizado pela perda da consciência, da sensibilidade e da motilidade voluntária, com persistência da respiração e da circulação.
 
Assim, o corpo físico de uma pessoa em coma não é capaz de perceber os estímulos internos e externos e de reagir a esses estímulos apreendidos... Mas, espiritualmente, o indivíduo seria capaz de perceber o que acontece em seu redor ? O Espírito ficaria preso ao corpo ou comportar-se-ia como no sono, em que “viaja” para outras dimensões ? É o que estudaremos a seguir...

Que diz a Doutrina dos Espíritos sobre o COMA ? A Doutrina dos Espíritos não fala, especificamente, sobre o coma; no entanto, podemos inferir o que acontece com o Espírito no coma, através das respostas às questões 422, 423 e 424 de O Livro dos Espíritos de ALLAN KARDEC (a respeito de letargia e morte aparente) e do comentário de KARDEC em seguida, que assim se inicia: “A letargia e a catalepsia têm o mesmo princípio que é a perda momentânea da sensibilidade e do movimento(...)”. Portanto, se no sono e na letargia a alma não fica presa ao corpo, a fortiori não ficará presa no coma, até porque “(...) o Espírito jamais fica inativo” (cf. resposta à questão 401 de O Livro dos Espíritos).
O Espírito de uma pessoa NÃO FICA PRESO AO CORPO no coma, pois neste só funciona a vida vegetativa e nesse estado o corpo só precisa do Espírito para mantê-lo vivo; o Espírito “preso ao corpo” ficaria inativo, sem condições instrumentais para evoluir. Por isso, acreditamos doutrinariamente que no coma o Espírito estará em outras dimensões, sem estar adstrito ao corpo, em situação semelhante ao de uma pessoa dormindo.
Enfim, coma e sono constituem momentos de maior liberdade do Espírito, ainda cativo no corpo: no sono ela será por tempo maior, pois ocorre durante toda a nossa existência terrena e no coma, somente enquanto este dura... A imortalidade e individualidade da alma após a morte podem ser provadas, cientificamente, por via mediúnica (pela Codificação kardequiana) e as outras duas vias de pesquisa ratificam-na. Através de fatos patentes é provado o que na Índia milenar e na Teosofia concluía-se através da fé e da experiência mística.

sábado, 25 de setembro de 2010

Entrevista sobre o filme NOSSO LAR



 
Antonio Cesar Perri de Carvalho diretor da FEB
Entrevista realizada com Antonio Cesar Perri de Carvalho do CFN sobre o filme Nosso Lar, que está em cartaz. Veja aqui as considerações do diretor da FEB sobre o atual filme espírita em cartaz.
REPORTAGEM DA FEMS – Nosso Lar, o filme, atinge os objetivos aos quais a FEB se propôs?

Nós cremos que sim. Esse livro é um grande sucesso, nós temos perto de dois milhões de exemplares já editados pela Federação Espírita Brasileira nesse período de tempo. O enredo do filme é feito com base no livro Nosso Lar, houve bastante cuidado, inclusive, com acompanhamento nessa etapa por parte da Federação Espírita Brasileira, que é a detentora dos direitos cedidos por Chico Xavier.
Evidentemente, como todo filme, há, como se pode dizer entre aspas, uma licença artística para algumas pequenas adequações para facilitar a linguagem ou comunicação com o grande público pelo cinema. Esse filme é voltado para o grande público, feito para o entendimento de todas as pessoas, e não, necessariamente, apenas para o Movimento Espírita.

REPORTAGEM DA FEMS – O filme contempla realmente o que está no livro desde a sua primeira edição em 1943, ou houve alterações fundamentais?

Não, na sua essência ele contempla todo o conteúdo, apenas há algumas pequenas adequações, eu diria simplificações cinematográficas, até para facilitar a comunicação com o grande público, mas não altera de forma nenhuma a essência do texto do livro.

REPORTAGEM DA FEMS – Como o filme é para espíritas e não-espíritas, o que os espíritas devem esperar com o filme Nosso Lar?

O filme Nosso Lar, nós entendemos que é um grande momento para a difusão dos princípios espíritas e, de nossa parte, nós acreditamos que aos espíritas cabe a tarefa de contribuir com a divulgação, não somente dentro das instituições espíritas, formando grupos e caravanas de pessoas, como também convidando amigos, aqueles que tenham interesse nos temas espíritas e espiritualistas e até aqueles que têm resistência, ou duvidam, é uma grande oportunidade para conhecer o princípio da imortalidade da alma.

REPORTAGEM DA FEMS – O filme, com todos os arranjos e efeitos especiais de produtores internacionais, numa grande obra, inusitada em termos de cinematografia brasileira, contempla realmente a visão que os espíritas têm do mundo espiritual ou, particularmente, da Colônia Nosso Lar?

Discorrendo sobre o filme Nosso Lar
Sim, essa foi a grande preocupação da equipe de produção: mostrar o que seria a Colônia Espiritual Nosso Lar e a sua proximidade com a Terra. E os efeitos especiais que foram preparados no Canadá, inclusive com o aeróbus, contribui não só para enriquecer o filme, visualmente, mas também para dar uma imagem adequada do que seria o mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo.

REPORTAGEM DA FEMS – A FEB prepara o lançamento simultâneo de uma edição especial do livro Nosso Lar?

Sim, esse livro já está sendo editado, é uma edição especial, a capa coerente com a própria divulgação e o cartaz do próprio filme Nosso Lar e terá também algumas ilustrações entre os capítulos. Será também uma edição disponibilizada às grandes livrarias, fora do Movimento Espírita, inclusive.

Então, para concluir, fazemos um chamamento, lembrando que Nosso Lar é um filme para todos. Assim, é o grande momento de convidarmos os amigos, os interessados em temas espiritualistas e procurarmos lotar as salas de cinema, desde o primeiro dia, será um momento de mostrarmos a pujança do Movimento Espírita e dos interessados nos temas espiritualistas. Quanto mais tempo o filme ficar nas telas, maior será a possibilidade e a oportunidade de um grande número de pessoas terem acesso ao filme e ao conteúdo da temática espírita. Por fim, diria que, em 2011, o filme será disponibilizado em DVD.

Contamos com a sua presença no cinema.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O CRISTIANOSMO E A IGREJA CATÓLICA


O surgimento da Igreja de Roma e o processo de monopolização do Cristianismo

 Considerando o prolongamento homogênio do judaísmo, originário da Judeia e difundido inicialmente  no Oriente, Cristianismo vem do designativo "Cristo" dado a Jesus de Nazaré, que viveu Palestina, na época da dominação romana, sob os reinados de Augusto e Tibério, sendo crucificado em Jerusalém. Sua vinda foi precedida de um milenar expectativa sobre um messias que viria liberta o gênero humano de seus infortúnios.
Jesus nasceu em Belém, filho de Maria de Nazaré, descendente, ela própria, de DAvi (segundo rei dos hebreus), provavelmente quatro a cinco anos antes do que se convencionou chamar de "Era cristã" (isso porque o ínicio dessa época foi fixado 600 anos mais tarde por Dinísio, o pequeno). Segundo os Evangelhos, o presépio que teria servido de berço a Jesus foi visitado pelos magos do Oriente. Herodes, rei da Judeia, temendo a vinda do messias, anunciada pera essa época, mandou matar os récem-nascindos (muitos pesquisadores aceitam esta informação apenas como mito, e não como um fato histórico); porém, José, seu pai, e Maria, fugiram para o Egito e só retornaram para Nazaré, na Galileia, após a morte de Herodes. Sabe-se que, aos 12 anos de idade, Jesus trabalhava na oficina de seu pai e discutia no Templo com doutores, deixando-os maravilhados com suas respostas. A partir dos 13 anos de idade, teria mantido contato com os sábios religiosos, possivelmente os essênios.
Com cerca de 30 anos, Jesus recebeu, de João Batista, o batismo no rio Jordão, sendo, então, publicamente reconhecido por alguns como o messias, o salvador prometido pelos profetas. Após permanecer algum tempo no deserto, Jesus reuniu, entre trabalhadores de seu povo, 12 discípulos que deveriam prosseguir em seus ensinamentos após sua morte. Assim, no ano 28, começou a pregar, sobretudo na Galileia, tendo estado também na Judeía, exemplificando o amor, a lei soberana e difinitiva da evolução humana. Os constantes atritos entre as ideias e interpretações defendidas por Jesus e a mentalidae de sua época acabaram levando-o à cruz. Ele teria morrido no ano 30, aos 33 anos de idade, "ressucitando" ao terceiro dia, tendo aparecido a muitos de seus discípulos, encarregando-os de espalhar a sua doutrina pelo mundo inteiro.
O Cristianismo, na realidade, nasceu somente após a crucificação de Jesus, tendo, em seus primeiros tempos, aspectos bem deferentes do que mais tarde foram introduzidos por seus seguidores. Após sua morte, os discípulos foram se reunindo em Jerusalém em torno de Pedro, o discípulo mais autorizado, e passaram a viver em comunidade,  repartindo fraternalmente esperanças e bens. Chamados nazarenos, irmãos do caminho ou, ainda, discípulos do carpinteiro, propuseram-se a converter ao Cristianismo os judeus de Jerusalém,
embora, na realidade, hesitassem entre a formação de uma comunidade judaica-cristã ou uma comunidade nova aberta aos não-judeus.
A antiga "aliança de Deus" havia sido feita com um povo, uma raça, mas a nova, não se prendia a qualquer limite, éra universal. Os apóstolos decidiram que os pagãos poderiam entrar para a comunidade sem estarem obridagos aos preceitos rituias do Judaísmo. Esta orientação decisiva teve como autor e promotor principal, Paulo de Tarso, judeu convertido.
A decida do "Espírito Santo", sob a forma de línguas de fogo, ou, simplesmente, "manifestação espírita", conforme entendemos, sobre os apóstolos reunidos no cenáculo, foi o acontecimento que  marcou o início da Igreja. A partir daí, passaram a utilizar o termo "igreja" (do grego ekklesia) em sua forma original e "assembleia" para pregar a fraternidade, igualdade e a submissão a Deus. Na realidade, a primeira das sete primitivas igrejas do Cristianismo foi fundada em Antióquia, por Paulo de Tarso, conforme Ato dos apóstolos (11,26), e foi lá que os discípulos do carpinteiro tomaram pela primeira vez o nome de cristãos, que significa ungidos. É o equivalente de messias, o salvador que os judeus esperavam. Cristãos, a partir de então, seriam todos aqueles que, independentemente de sua raça ou condições social, respondessem à convocação de Deus através da mensagem revelada de Jesus.
De início, a relação entre os cristãos e o Imperio Romano foi de hostilidade. Já no ano de 68, o imperador Nero decretou uma perseguição sistemática contra eles, ceifando vidas dos primeiros pregadores. Até o início do século IV, muitas outras perseguições se sucederam e milhares de adeptos foram sendo eliminados em diferente épocas e lugares, alternando-se com períodos de paz. A acusação era de descrença por não adorarem os deuses de Roma, nem admitirem a divindade do imperador. Pelo édito de Milão, no ano de 313, o imperador Constantino concedeu a liberdade religiosa (como se revelara inútil pretender sustar o crescimento do Cristianismo, era mais vantajoso fazer dele uma religião oficial). Para quem fora perseguido, era maravilhoso.

ROMA INCORPORA A CRISTIANISMO

O triunfo do Cristianismo fez com que a Igreja Cristã desabrochasse. Os bispo tornaram-se personagens centrais em cada cidade. Foram chamados de "pontífies", nomes dado aos sacerdotes romanos. Concílios reginais asseguraram as ligações orgânicas e a unidade doutrinal, arbitrada pelo bispo de Roma, cujo primado parece ter sido aceito desde muito cedo. Construiram-se a sagraram-se, então, igrejas mais grandiosas que o Templo de Jerusalém, e a exemplo do Judaísmo, os vasos sagrados eram de ouro e as vestes sacerdotais de linho e seda. Festas populares foram cristanizadas, como a do "Sol Renascente", que se tornou Natal, comemoração do nascimento de Jesus. O Cristianismo, prtanto, foi assimilado pela cultura romana, que assumiu-a em muitas de suas manifestações, tanto eruditas como populares.
Consequentemente, com a expansão do Cristianismo, sobressaiu o sentido numérico e geográfico de "católico". A Igreja que engloba todos os homens se espalha por toda a Terra. Derivado do termo grego Katholikos, que significa "universal", não aparece no Novo Testamento, porém, há séculos está associado à Igreja Católica, expressão esta empregada pela primeira vez no ano 110, por Inácio, bispo de Antióquia.
Em linhas gerais, os códigos doutrinários do Cristianismo estão na Bíblia, que se divide em Antigo e Novo testamento.

DIVERGÊNCIA NO CRISTIANISMO
 A respeito de certos pontos especiais, porém, não existe ainda unamidade dos cristãos sobre o verdairo sentido e alcance da mensagem evangélica. Essas diferentes interpretações caracterizam doutrinariamente as diversas confissões cristãs. Nesse sentido, também a Igreja Católica possui características doutrinárias próprias que a distingue das outras Igrejas. A primeira grande questão diz respeito à própria noçõ da Igreja. O que caracteriza o catolicismo é seu apego à união do material e do espiritual, na organização da Igreja, considerada como uma decorrência do próprio fato da encarnação de Jesus Cristo. J´´a que o filho de Deus se fez homem de verdade, não podem existir duas Igrejas: uma invisível, conhecida comente por Deus, constituída pelos justos, santa; e outra visível, obra humana, devendo ser reformada constantemente mesmo sob pena de subdividir-se indefinidademete ao sabor das cisrunctâncias.
Para o catolicismo, pois, a vontade de Cristo é que sua igreja seja uma, tanto pela unidade do espiritual e do humano como pela comunhão de todos os cristãos numa só igreja. Como concretização dessa integração, a igreja apresenta todo um universo sacramental, no qual, através de ritos e clebrações, o próprio Cristo santificaria os cristãos. Os sete sacramentos, longe de serem interferência humana na comunicação direta entre o homem e Deus, simbolizam e realizam a união da graça espiritual e da participação humana, conduzindo o cristão a comunhão pessoal com Deus. O catolicismo reconhece que na organização visível da Igreja existem muitos elementos oriundos de tradições humana. Estes podem ser transformados ou mesmo suprimidos. Mas, afirma que existem outros instituídos pelo cristo e dos quais a Igreja nunca poderá abrir mão, mesmo que comunidades inteiras a abandonem.

Basicamente, esses elementos são os sacramentos da Ordem e o primado do Papa. Pelo batismo, todos os cristãos participam do sarcerdócio de Jesus. Mas, entre todos, alguns recebem um sacramento especial, a Ordem, pelo qual são designados para desempenhar certas funções para a realização do  bem de toda a Igreja: o serviço da Palavra de Deus, a santificação pelo sacramento e o governo da Igreja.
Historicamente, o sacramento da Ordem estruturou-se em três graus: diácono, padres e bispo. O governo da Igreja foi muito cedo reinvidicado pelos bispos de Roma, em nome dos privilégios pessoais do apóstolo Pedro. Os Papas tiveram sua primazia consolidada pelo valor pessoal e pela importância política e moral da cidade de Roma.
O primado papal representa um dos principais focos de divergência entre as outras Igrejas e a Igreja /católica. Esta a valoriza a ponto de reconhecer uma assistência especial do Espírito Santo, garantindo sua infalibiladade em matéria de fé; outras, recusam-no categoricamente. A posição católica é firme: foi Cristo quem colocou Pedro à frente dos demais apóstolos, devendo esse primado perpetuar-se em seus sucessores. Na Igreja primitiva, o papa era eleito pelo clero romano, pelo povo e pelos bispos de província. As pressões externas, na Alta Idade Média, cresceram tanto que os papas foram obrigados a restringir o corpo eleitoral, eliminando todo elemento leigo e o clero inferior. A eleição papal cabe, desde então, aos cardeais-bispos.
Gregório X, em 1724, promulgou a bula que formulou as regras dos futuros conclaves (do latim Cumclave: sob-chave), regras que obrigavam a apressar a eleição de um pontífice. Gregório VX aperfeiçõou um minucioso cerimonial de eleição, que está em uso até hoje. Pio IX definiu, em 1860, no Concílio VAticano, a infalibilidade do Papa. Assim, seu sucessor, Leão XIII, conseguiu ao longo do pontificado (1878 - 1903) uma situação moral respeitada, quando serviu de medianeiro nos conflitos internacionais; sob Pio XI e Pio XII, definiram-se problemas políticos e sociais e foram intensificadas, em todos os continentes, as ações missionárias. Ao ser eleito, o papa assume dupla prerrogativa: O primado de jurisdição e a infalibilidade, quando torna "ex-cathedra" uma decisão doutrinal.
A residência oficial do papa é o Vaticno, cija construção do primeiro palácio é atribuida a Constantino. Situado na colina que os romanos chamam de Vaticanus, no limite da cidade de Roma, contém a Basílica de São Pedro, o palácio pontificial, o museu e jardins. O Tratato de Latrão, assinado em 11 de fevereiro de 1920, entre o estadista italiano Benedito Mussoline e o representante do Pio XI, o cardeal Peitro Gasparini, tornou o pequeno território num Estado soberano. É regido por uma lei de 24 de junho de 1969, segundo a qual o papa exerce sei poder executivo e legislativo por meio de uma comissão cardinalíca, presidida pelo secretário de Estado. Apesar dos reverses ao longo dos séculos, o papado viu crescer sua autoridade, do ponto de vista rligioso, e goza de grande prestígio em seu meio cultural.
A segunda questão refere-se ao uso e interpretação da Bíblia. PAra a Igreja Católica, a Bíblia é produto da Revelação Divina e a Igreja a interpreta sob inspiração do Espirito Santo. Defendem, também, o valor da Tradição, ou seja, o conjunto de ensinamentos transmitidos de geração em geração. Os textos antigos não têm o mesmo valor da bíblia, mas devem ser respeitados como autênticas interpretações da palavra de Deus. A Reforma, no século XVI, considerava que a mensagem de Cristo tinha deturpada por posições "catolizantes". A Igreja Católica reagiu dificultando o acesso dos leitores aos textos bíblicos. Desde o século XIX essa questão evoluiu bastante. Hoje, a leitura da bíblia é incentivada, como também, a revisão de certas intrpretações pelos recursos modernos.
Uma terceira questão caracteriza o catolicismo: a iportância dada aos dogmas de fé. Para a Igreja Católica, a fé representa o ato por meio do qual se crê nas verdades que Deus revelou através de seu Filho e por sua Igreja. Estas estão contidas no símbolo dos apóstolos: crença em Deus, no mistério da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), nos  mistérios da encarnação, da Rendeção e da Ressurreição; na ressurreição da carne e na vida eterna. A fé é sustentada por sete sacramento reconhecidos pela Igreja Católica: batismo, confirmação (crisma), confissão, eucaristia, ordem, matromônio e extremunção. Os dogmas foram elaborados progressivamente e são considerados como interpretação que gozam do mesmo valor das vrdades reveladas.
O último aspecto marcante no catolicismo é o culto aos santos. A Reforma protestante considera inadmissível essa multidão de intermedários entre Deus e homem, mas, o catolicismo, ao contrário, reconehce uma solidariedade espiritual entre todos aqueles que me vida foram agradáveis a Deus. Admite, portanto, com válida, a veneração àqueles cristãos que em vida se tornaram exemplos excepcionais de dignidade. O catolicismo ensina também que seus méritos pela causa de Cristo podem beneficiar a Igreja.

A DIVISÃO EM IGREJA ORTODOXA
As divisões em várias confissões cristãs, explicadas por condições históricas não são um mero acidente de percurso, mas uma infidelidade ao Evangelho que é ele mesmo uma força de união. O cristianismo transcede a noção da instituição e de técnicas religiosas; ele é o comprometimento com a realização da obra redentora de Cristo. Por isso, a ferida mais viva do Cristianismo foi e continua sendo a divisão entre os cristãos, que interpretam de maneira diversa a mensagem de Jesus. O princípio dessas separações é diferente em cada caso histórico: no século XI, Miguel Keroularios, patriarca de Constantiopla, recusou-se aceitar a supremacia papal e rompeu com o papa. A Igeja ocidental continuou chamando-se Igreja Católica. A oriental, por sua vez, passoou a adotar o nome de Igreja Ortodoxa.
A Reforma, no Século XVI, veio trazer um questionamento radical para a catolicidade da Igreja. Desta vez, a divisão processou-se no próprio seio da Igreja ocidental. A crítica da doutrina cristã, tal como era ensinada por Roma, resultou no chamado "cisma". As grejas Católicas e Protestante separaram-se por não concordarem quanto a uma revisão da interpretação tradicional do Cristianismo, especialmente no que refere ao lugar e função da Igreja no plano divino e o seu papel nas relações entre o homem e Deus.

A século XX, porém, transformou radicalmente esse panorama. Os cristãos perceberam que sua divisões são injustificaveis. Com o Concílio Vaticano II (1962-1965), confirmou-se na Igreja Católica uma tendência para superar seus particularismo não requeridos pelo Cristianismo. Novas orientações foram implantadas, ligadas a um melhor conhecimento das outras Igrejas cristãs. Por sua vez, entre as Igrejas reformadas, desde o início do século XX, formou-se um movimento em busca da restauração da unidade e, consequentemente, da universalidade da Igreja.

Materia públicada na revista Caminho Espiritual, edição 13 - pg.50.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

APOCALIPSE

O "Final dos tempos" será o meio que permitirá o expurgo de espíritos primitivos e o surgimento de uma civilização mais evoluída na Terra.

Entrevista com o pesquisador Ariston Teles
"O futuro pode ser colocado em linhas gerais, mas não é possível prejudicar com relação ao setor da interferência divina". O que você pode nos dizer a respeito dessas colocações sobre previsões/
Ariston Tales - Concordo com o que está exposto, entretanto, não se pode deixar de reconhecer a veracidade do fenômeno profético. Existiram e existem pessoas que têm a capacidade de sintonizar as "ondas do futuro", antevêem fatos como se, simplesmente, eles estivessem vendo algo do presente.
"Será fundada uma nova religião como nunca houve, a qual reformará a Igreja de Deus. Só o futuro é que poderá elucidar os homens acerca de tão alta missão de Portugal no mundo". Na época em que São Francisco de Paula faz esta afirmação, O Brasil ainda não havia sido descoberto. Poderia ele estar referindo ao nosso país?
Não é fácil, a esta altura dos acontecimentos, admitir que a Igreja Católica retoma sua missão verdadeiramente cristã junto à humanidade. Tudo tem seu momento e acreditamos que o ciclo histórico da Igreja Católica está se encerrando. Temos, hoje, um grande ciclo marcado pela presença e pela expansão das igrejas evangélicas, que exploram a crise existencial pela qual passa a humanidade. Porém, após essa crise generalizada, os povos estarão amadurecidos para entender e vvenciar a revelação universal dos espíritos.
"Eu vim ao mundo em nome de meu Pai e vós não me recebestes. Um outro virá em seu próprio nome e vós o recebereis". Ao dizer isto, Jesus se referia a um suposto "anticristo apocalíptico"?
É possível que Jesus, com estas palavras, tivesse feito referência à imagem do anticristo. Alías, consideranos como anticristo a força ou a manifestação do mal que se espalha atualmente pelo mundo.Se houvéssemos respeitado a mensagem de Jesus, o apocalipse seria evitado. Mas este é uma grande batismmo de dor, necessário para a reeducação da humanidade.
Como a doutrina espírita explica o "final dos tempos" e as parábolas do apocalipse?
Não temos possibilidades de interpretar conclusivamente as visões do evangelista João. Entretanto, existe um consenso segundo o qual o médium de Patmos previu grandes acontecimentos na história da humanidade, fatos estes que teriam tido seu desfecho no finaç do século XX.
No livro Grandes Mensagens, Pietro Ubaldi transcreve esta mensagem: "Se vos falasse com minha voz potente, não me entenderias. Meu olhar contempla a Terra quando ainda não a habitava e também a vê morta no furuto distante, a navegar no espaço como um ataúde de todas as vossas grandezas. Vejo vosso sol moribundo, depois morto e, em seguida, chamado a uma nova vida". Considerando a lei da evolução, mesmo que a Bíblia afirme que "os mansos herdarão a Terra", é possível que o final dos tempos ocorra parra os terráqueos. Como você analisa essa questão?
O final dos tempos significa o término de um ciclo histórico planetário, não quer dizer que o planeta será extinto. Já estamos vivendo dentro desse fenômeno cósmico; a Terra está sendo higienizada. Os maus elementos serão levados para mundos mais atrasados e permenecerão na Terra os espíritos mansos e pacíficos. É preciso entender que o planeta obedece a um planejamento cósmico. Kardec previu que a Terra seria promovida à categoria de "mundo de regeneração" e estamos na iminência dessa mutação. Portanto, o chamado apocalipse é um fenômeno coletivo necessário ao processo da evolução global..
Existe alguma instrução da espiritualidade sobre os fenômenos que ouvimos dizer que estão para acontecer neste início de milênio?
Ramatis, Pietro Ubaldi, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, Joanna de ângelis e Bezerra de Menezes, entre outros, falam claramete sobre a gravidade do momento atual. Eles preferem usar uma linguagem parcimoniosa, evitando nnos amedronta, mas não esconde a realidade. Dizem que nós devemos permancer na aura luminosa do evangelho de Jesus, pois ele é tábua de nossa salvação. (Lembramos que, acima da corrente religiosa adotada, o que mais importa é a espiritualidade de cada um. O Evangelho de Jesus, o Darma butista... todos têm a mesma mensagem e impostância).
O livro O fim do Mundo, de Camille Flaarion, fala sobre uma ameaça celeste com cometa, etc. Você concorda com as versões que constam na obra?
Camille Flamerion era cientista e também poeta e ficcionista. Nem tudo o que ele escreveu neste livro deve ser tomado como se fossem colocações ceintifica, pois muita coisa pode ser fruto de sua imaginação literária.
O final dos tempos deve ser entendido como o término da esploração terrestre e um passo para a evolução planetária?
Exatamente. O planeta será em vista de alterar o rumo de sua história, quando nascerá uma nova e verdadeira civilização em meio aos escombos do apocalipse. As pessoas que hoje vivem na "onda de Deus" sobreviverão e serão os prováveis cidadãos do terceiro milênio.
A terra será uma nova Capela?
Sim, nosso apocalipse é semelhante ao que aconteceu naquele planeta. A maior prova de tudo o que foi previsto está nos fatos d atualidade. As manifestações do mal estão chegando ao extremo. Por exemplo: 45 milhões de aborto criminosos são praticados anualmente no mundo; 250 milhões de armas estão nas mãs da população americana; os grandes países responsáveis pela poluição do planeta não querem acordo, preferem continuar multiplicando produtos para abastecer e saturar a humanidade, fazendo crescer o buraco na camada de ozônio sob os ímpetos da ganãncia e do materialismo; nunca houve tanta produção de alimentos, ao mesmo tempo em que também nunca houve tanta miséria... Problemas dessa dimensão se espalham por toda parte, sem perspectivas.
Para onde irão esses espíritos que serão renegados da Terra? A matéria desse suposto planeta seria muito mais densa que a da Terra?
Sabe-se que estes espíritos atrasados serão atraídos por um planta de passagem pelo espaço próximo à Terra, o chamado "planeta intruso". Quando à densidade desse planeta, a forma material ou a constituição dos mundos corresponderá ao seu respectivo nível de evolução.
Nostradamus fez uma quadrinha onde rezava;"Quando Jorge a Deus crucificar e Marcos o ressuscitar, São João tão logo levará e ofim do mundo virá". Você acredita nas profecias dele quando ao fim dom undo na forma como ele a via?
Nostradamus, que nasceu na França, em 1503, era médico, médium e astrólogo. Suas centúrias foram escritas de maneira pouco inteligível, pois ele viveu na época da inquisição e os médiuns que falassem claramente de suas experiências eram levados á fogeira. Por isso, não é tão fácil interpretar as previsões deste grande profeta. Todavia, os próprios espíritos falam de Nostradamus com absoluto respeito.
Ao longo de ua existência terrena de mais ou menos 80 anos, é possível perceber a mudança de ciclo, o "final dos tempos"?
Todos podemos perceber o final do cilco a ue nos referimos. Concomitantemente um novo ciclo está se abrindo. Neste exato momento, podemos verificar o grande conflito entre o velho e o novo, como por exemplo, a existência de milhões de crianças que possuem naturalmente uma nova cosnciência. Elas são integrantes desse futuro que já começou.
O apocalipse acontecerá de forma abrupta ou o que se passa hoje com a humanidade já faz parte dele?
Na verdade, já estamos dentro do apocalipse, resta apenas alguma coisa de maior impacto, que possa sacudir a cosnciência da humanidade. Entretanto, a onda avassaladora dessa mutação está ai. Temos, hoje, uma necessidade urgente de manter o coração e a mente na dimensão luminosa da fraternidade. Jesus tinha razão quando disse que "aquele que persevera até o fim será salvo".

quinta-feira, 29 de julho de 2010

MEDIUNIDADE NA BÍBLIA

Mesmo proibida, pois geralmente era praticada com fins inferiores, a comunicação mediúnica é um fato bíblico.
Dentre vários outros, a comunicação com os chamados "mortos" é um dos princípios básicos do Espiritismo, inclusive, podemos dizer que é um dos fundamentais, pois foi de onde surgir todo o seu arcabouço doutrinário.
Na conclusão do O Livro dos Espiritos, Kardec argumentou que: "Esses fenômenos (...) não são mais sobrenaturais que todos os fenômenos aos quais a Ciência hoje dá a solução, e que pareceram maravilosos numa outra época. todos os fenômenos espíritas, sem esceção, são a consequência de leis gerais e nos revelam um dos poderes da Natureza, poder desconhecido, ou dizendo melhor, incompreendido até aqui, mas que a observação demonstra estar na ordem das coisas.
Essa obordagem de Kardec é necessária, pois, apesar de muitos considerarem tais fenômenos como sobrenaturais, enquanto que inúmenros outros os querem como fenômenos de ordem religiosa, as duas teses são incorretas. A origem deles é espontânea e natural e ocorre conforme as leis que regem não só o contato entre o mundo material e o espiritual, mas toda a complexa interação que mantém o equilibrio universal. Por isso, não precisaríamos relacioná-los, nem mesmo buscar comprovação de sua realidade entre as narrativas bíblicas.

MEDIUNIDADE NA BÍBLIA

Primeiramente, selecionei alguns trechos com relação à sobreviv~encia do espírito, pois ela é a peça fundamental nas comunicações. Leiamos:
"Quando você (Abraão), irá reunir-se em paz com seus antepassados e será sepultado após uma velhice feliz" - (Gn 15,15).
"Quando Jacó acabou de dar intruções aos filhos, recolheu os pés na cama, expirou e se reunir com seus antepassados" - (Gn 49, 33).
"Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentiraõ à mesa no Reino do Céu junto de Abraão, Isaac e Jacó" - (Mt 8,11).
"e, quanto à resurreição. será que não leram o que Deus disse a vocês: 'Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó'? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos" - (Mt 22, 31-32).
Podemos concluir, dessas passagens, que há no homem algo que sobrevive à morte física.
Os relatos bíblicos nos dão conta que o intercâmbio com os mortos era um fato corriqueiro na vida dos hebreus. Por outro lado, quase todos os povos com quem mantiveram contato tinahm práticas relacionadas à evocação do espíritos, para fins de adivinhação, denominada necromancia. O Dicionário Bíblico Universal a define com sendo o meio de adivinhação interrogando um morto. Babilônios, egípcios e gregos a praticavam. Heliodoro, autor grego do III ou IV século d.C. relata uma cena semelhante àquela descrita em 1Sm (Etíope 6,14). O Deuteronômio atribuiu aso habitantes da Palestina "(...) a interrogação dos espíritos ou a evocação dos mortos" (18,11). Os israelitas também se entregaram a essas práticas, mas logo, mas logo são condenadas, particulamente por Saul (1Sm 28, 38). Mas, forçado pela necessidade, o rei manda evocar a sombra de Samuel (28, 7-25); o relato contitui uma das mais imprecionantes paginas da bíblia. Mas tarde, Isaías atesta uma prática bastante difundida (Is 8,19); parece que ele ouviu "uma voz como a de um fantasma que vem da terra" ( 29,4). Manasses favoreceu a prática da necromancia (2Rs 21,6), mas Josias a eliminou quando fez sua reforma (2Rs 23,24). Então, o Deuteronômio considera a necromancia e as outras práticas divinatórias como "Abominação" diante de Deus, e como  o motivo da destruição das nações, efetuada pelo Senhor em favor de Israel (18,12). O Levítico considera a necromancia como ocasião de impureza e condena os necromantes à morte por apedrejamento (19,31; 20,27). Vejamos mais algumas passagens:
"Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não apreenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem feiticeiro; nem encantador, nem agoureiro, nem feitiçeiros; nem prognosticador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo auquele que faz tal coisa é abdominação ao Senhor; e por tais abominações o Senhor teu Deus os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possir, ouvem os prognosticadores e os adivinnhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa" - (Dt 18,9-14).
Esta passagem diz respeito à adivinhação e à necromancia. Elas se encontram entre as proibições. A preocupação central era proibir qualquer tipo de coisa relacionada à adivinhação, como fica claro pela última passagem, onde de diz "(...) estas nações, (...) ouvem os prognosticadores e os adivinhadores (...), reunindo, assim, todas as práticas a essas duas.

AS COMUNICAÇÕES E SUAS PROIBIÇÃO

Por outro lado, a grande questão a ser levantada é: os mortos atendiam às evocações ou não? Se não, por que da proibição? Seria ilógico proibir algo que não acontece. Teremos que tentar encontrar as razões de tal proibição. Duas delas podemos destacar. A primeira é que os espíritos dos mortos eram considerados, por muitos, como deuses. Levando-se em conta que era necessário manter, a todo custo, a ideia de um Deus único, Moisés istituiu a proibição de qualquer evento que viesse a prejudicar essa unicidade divina. As consultas deveriam ser dirigidas somente a Deus, daí, por forças das circunstâncias, precisou proibir todas as outras. A segunda estaria relacionada ao motivo pelo qual iam consultar os mortos. Normalmente,  eram para coisas relacioandas ao futuro, como no caso de Saul, que iremos ver logo à frente, ou para situações cotidianos, quando, por exemplo, do desaparecimento das jumentas de Cis, em que Saul, seu filho, procura um vidente para que ele dissesse onde poderiam encontrá-las.
A figura do profeta aparece como sendo a pessoa que tem poderes para fazer consultas à Deus ou receber da divindade as revelações que deveriam ser transmitida ao povo. Em razão de querer a exclusividade das consultas a Deus é que Moisés disse "Jave, seu Deus fará surgir, dentre seus irmãos, um profeta como eu em seu meio, e vocês o ouvirão" - (Dt 18,15). Elucidamos esta questão com o seguinte passo: "Em Israel, antigamente, quando alguém ia consultar a Deus, costumava diser: 'Vamos ao vidente'. Porque, em lugar de 'profeta', como se diz hoje, dizia-se 'vidente'" (1Sm 9,9) Em alguns casos poderá ver, inclusive, o futuro; daí  a ideia de que poderia prever alguma coisa, uma profecia, derivando-se daí, então, o nome profeta. Podemos confirmar o que estamos dizendo aqui nesse parágrafo, pela explicação dada à passagem Dt 18,9-22.
Moisés não era totalmente contra o mediunismo, apenas era contrário ao uso indevido que davam a essa faculdades. Podemos, inclusive, vê-lo aprovando a forma com que dois homens a faziam, conforme a seguinte narrativa em Nm 11, 24-30:
"Moíses saiu e disse ao povo as palavras de Iawher. Em seguida, reunião 70 anciães dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iawher desceu na Nuvem. Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e colocou nos 70 anciães. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém nunca mais o fizeram".
"Dois homens haviam permanecido no acampamento: um deles se chamava Eldad e o outro Medad. O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos. Puseram-se a profetizar no acampamento. Um jovem correu e foi anunciar a Moíses: "Eis que Eldad e Medad", disse ele, "estão profetizando no acampamento". Josué de Num, que desde a sua infância servia a Moíses, tomou a palavra e disse: "Moíses meu senhor, proibe-os!". Respondeu-lhe Moíses: "Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de Iawher fosse profeta, dando-lhe Iawher o seu Espírito". A seguir, Moíses voltou ao acampamento e com ele os anciães de Israel". Fica claro, então, que pelo menos dus pessoas faziam dignamente p uso da faculdade mediúnica; daí, Moíses até desejar que todos fizessem como eles.
Outro ponto importante que covém ressaltar é a respeito da palavra espírito, que aparece inúneras vezes na Bíblia. Mas, afinal, o que é espírito? Hoje sabemos que os espíritos são as almas dos homens que foram desligados do corpo físico pelo fenômeno da morte. Assim, podemos perfeitamente aceitar que, esceto quando atribuem essa palavra ao próprio Deus, todas as outras estão incluídas nessa categoria.
Tudo, na verdade, não passava de manifestações dos espíritos, que muitas vezes eram vistos como deuses. Isso fica tão claro que podemos até mesmo encontrar recomendações de como nos comportar diante deles para sabermos suas verdadeiras intenções. Citamos: "Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus(...)" - (1 Jo 4,1).

JESUS E AS COMUNICAÇÕES
Disso, pode-se concluir que era comum, áquela época, o contato com os espíritos. Podemos confirmar isso com o Apóstolo dos gentis, que recomendou sobre o uso dos "dons" (mediunidade), conforme podemos ver em sua primeira carta aos Coríntios (cap. 14). Nela, ele procurou demonstrar que o dom da profecia é superior ao dom de falar em línguas (xenoglossia), pois não vai nisso nenhuma utilidade senão quando, juntamente, houvesse alguém com o dom de interpretá-las.
Uma coisa nos podemos considerar. Se ocorriam manifestações naquela época, por que não as aconteceria nos dias de hoje? Veremos, agora, a mais notável de todas as manifestações de espíritos que podemos encontrar na Bíblia, pois ela aconteceu com Jesus. Leiamos:
"Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transformou diante deles; o seu rosto brilhou como o Sol, e as suas roupas ficaram brancas com a luz. Nisso lhes apareceram Moíses e Elias, conversando com Jesus. Então, Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: "Senhor, é bom ficarmos aqui. Se quisseres, vou fazer aqui três tendas; uma para ti, outra para Moíses, e outra para Elías". Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: "Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz". Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. Jesus se apriximou, tocou neles e disse: "Levantem-se, e não tenham medo." Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: "Não contem a ninguém essa visão, até que o filho do homem tanha ressuscitado dos mortos" (Mt 17, 1-9). Ocorrência inequívoca de comunicação com os mortos, no caso, os espíritos Moíses e Elías, que conversam pessoalmente com Jesus. E aí afirmamos que, se fosse mesmo proibida por Deus, Moíses não viria se apresentar a Jesus e seus discíplos, já que foi ele mesmo, quando vivo, quem informou dessa proibição, e nem Jesus iria infringir uma lei divina. Portanto, a proibição de Moíses era apenas uma proibição paricular sua ou de sua legislação da época. Os partidários do demônio ficam sem saída nessa passagem, pois não podem afirmar que foi o "demônio" quem apareceu para eles, já que teriam que admitir que Jesus fora enganado.
Podemos ainda ressaltar que, depois desse episódio, Jesus não proibiu a comunicação com os mortos. Apenas disse aos discípulos para não que contassem a ninguém sobre aquela "sessão espírita", até que acontecesse a sua "ressurreição". E se ele mesmo disse: "tudo que eu fiz vós podeis fazer e até mais" (Jo 14.12), os que se comunicam com os mortos estão seguindo o exemplo de Jesus.
Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que está recheada de narrativas com aparições de anjos. Na ocasião da ressurreição de Jesus alguma nos dão conta do aparecimento, junto as sepulcro, de "anjos vestidos de branco" (Jo 20, 12; Mt 28,2), enquanto que outras nod dizem ser "homens vestidos de branco" (Lc 24,4; Mc 16,5). Isso demonstra que os anjos são espíritos, e que muitos podem até ter vivido na Terra.
Podemos concluir que, realmente, a comunicação com os mortos está presente na Bíblia, por mais que se esforcem em queer tirar dela esse fato.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O LOBO MAU REENCARNADO

O lobo mau, depois de engolir a vovó de Chapéuzinho Vermelho, pusera uma touca na cabeça e deirtara na cama, esperando a vinda da menina.
Chapéuzinho não percebeu a trama do velho lobo e foi entrando confiando, achegando-se ao leito onde sua vovó se encontraria deitada.
- O que a senhora tem? - perguntou Chapéuzinho espantada.
- Estou muito doente, minha netinha! - fingiu o arteiro lobo, com água na boca para abocanhá-la. - Chegue mais perto, minha netinha!
Chapéuzinho aproximoou-se e logo perguntou:
- Por que a sua orelha está tão comprida, vovó?
- É para te ouvir melhor!
- E por que esses braços tão grandes?
- É para abraçar você!
- E por que essa boca tão grande, vovó?
O lobo lambeu os beiços:
- É para abocanhar você! E, dito isso, engoliu Chapéuzinho.
Satisfeito com a dupla refeição, o lobo resouvel tirar um cochilo ali mesmo, enquanto fazia a digestão.
O caçador da floresta, que alertara Chapéuzinho sobre os perigos do lobo mau, aproximou-se da casa e vendo a porta aberta, entrou. O caçador, entendendo o que havia acontecido, tirou uma faca da cintura, cuidadosamente abriu a barriga do lobo, tirando de lá a vovó e Chapéuzinho, sem que o lobo acordasse. No lugar delas, ajustou umas pedras na barriga do lobo e os três rapidamente se mandaram.
Ao acordar, o lobo sentiu muita sede, e foi até a lagoa da floresta. Nela mergulhou e, por estar muito pesado, afundou e morreu.
Enquanto ele afundava, lembrou de todas as maldades que praticara. Chorou, arrependido, porém desencarnou. Seu espírito libertou-se de seu corpo físico que ficou no fundo da lagou. Sentiu-se leve, tão leve, que se libertou das águas, chegando à superfície da água, porém o quadro que via era outro. O lobo estava agora na Espiritualidade.
Ele ouviu lobos maus uivando solitários e, com muito medo e também arrependido, chorava. Nisso, um espírito aproximou-se mansamente. O lobo rosnara instintivamente, mas o espírito não demostrou medo; ao contrário aproximou-se e acariciou-lhe a cabeça; um gesto de carinho que o lobo jamais conhecera.
- Quem é você? - perguntou o lobo?
- Sou o encarregado dos lobos maus e sei que você tornará a ser bom!
Gargalhando, o lobo respondeu:
- Toda vida eu fui mau e continuarei a ser!
- Se você prefere assim, serei obrigado a abandoná-lo, até que suas lágrimas de arrependimento me chamem novamente.
- Espere! Eu estava brincando. Cansei de ser mau.
- Então, venha comigo!
O lobo foi encaminhado ao Instituto de Regeneração, onde passou por vários corredores, até chegar a uma sala, onde um médico o aguardava.
- Sente-se, por favor! - disse o médico ao lobo. Tenho aqui a ficha de sua vida, lobinho.
- De mi-nha vi-da? - o pobre lobo gaguejou.
- Sim! Aqui tenho tudo: nascimento, infância, juventude, maldades pretendidas, uma a uma, até o dia de seu afogamento na lagoa.
- Então viu que sou um caso perdido, não é mesmo? - choramingou o lobo.
- Ninguém nasce para mal, lobinho. Temos um belo destino pela frente. Com algumas reencarnações será possível corrigir-se das artes e maldades costumeiras.
- Se não houve caso perdido, sou o primeiro. - dizia o lobo chorando de triteza. - Eu reconheço que sou um caso sem solução, continuarei a ser um lobo malvado para sempre, sei que será assim!
Fazia pena ouvi-lo. O pobre lobo estava irredutível; ele não aceitava que um dia viria a ser bom. Diante disso, a equipe médica que cuidava dele, resolveu mostrar para ele o tele-a-vir, um equipamento cheio de fios que mais parecia uma televisão.
- Resolvemos mostra-lhe o seu futuro, caro lobo! - disse um dos médicos.
- O meu futuro? - admirou-se o lobo.
- Sim! Em casos iguais aos seu, que se acredita que será maus pela eternidade, convém mestrar uma pontinha das suas vidas futuras, para que você trabalhe pela sua própria recuperação.
- Irei ver-me nas próximas vidas?
- Exatamente!
Os médicos ligaram alguns fios ao cérebro do lobo mau e outros ao seu coração. Viraram um botão e a tela iluminou-se.
De imediato, o lobo viu a sua tão conhecida floresta e ele ali estava muito pequenno. O mesmo caçador que repletara a sua barriga de pedra estava passando por ali e, ao ver aquele pequeno filhote de pastor alemão, exclamou:
- Ah, um cão pastor! Vou levá-lo para a cabana, comigo!
Era um belo cão pastor, ainda um pouco selvagem e bravo, porém muito amigo do caçador.
Um dia, porém...
Um dia, o caçador saiu cedo de casa e o fiel amigo o acompanhava. Subitamente, o caçador assustou-se, uma enorme cascavel espreitava, pronta para dar o bote. O ex-lobo mau não hesitou e abocanhou a cobra, para salvar seu amigo mas, velha e manhosa, a cascavel contorceu-se, picando-o no pescoço. Sem forças, o cão não abandounou a presa, dando tempo para que o caçador fugisse.
O lobo mau estava muito emocionado, diante do tele-a-vir. Ele se preparava para fazer uma pergunta, quando as cenas da próximas existência começaram.
Nascera, agora, como um cão sem raça definida. Ainda filhote, fora abandonado na estrada e, faminto, encontrou uma casa, onde uma boa velhinha o recebeu. Essa velhinha não era outra, senão a vovó de Chapéuzinho que, mesmo com o passar dos anos, continuava firme.
O ex-lobo mau já estava mais dócil e calmo e crescera, ali, com a vovó.
Uma noite, já muito grande que ele era, bom para a vovó e bravo para com os estranhos, eis que três homens perturbados tentaram invadir o pequeno sítio, pondo a dona em perigo. Valentemente, o cão avançou contra os filhotes. Os homens fugiram, mas um deles armando-se com um pedaço de pau, deu-lhe no focinho com muita força, antes de escapar com os outros para nunca mais voltar.
A vovó, ao vê-lo caído, já sem forças, chorou muito.
O ex-lobo mau via as lágrimas amigas da velhinha. Ele procurou sorri calmo e, assim, despediu-se dela, agradecido pelo carinho que recebera naquela curta encarnação.
No Insituto de Regeneração, o lobo mau chorava diante do tele-a-vir, onde se apagavam as cenas da segunda existência e imediatamente apareciam as imagens da encarnação seguinte.
Reencarnara, dessa vez, com um cãozinho peludo e esperto. Desde pequenino, revelava a boa índole que adquiria nas existências anteriores e, agora, mal podia se imaginar que um dia ele fora um lobo da floresta.
O cãozinho era muito amado por todos. Crianças e velhinhos detinham-se a brincar com ele, que encantava a todos.
Chapéuzinho Vermelho, sua dona, fazia questão de que todo mundo viesse a conhecê-lo. Mal chegava uma visita e ele logo se animava no colo dos adultos e saltitava brincando com as crianças.
Mas, acima de tudo, vivia para Dedé.
Dedé era uma menina que crescera de corpo, mas não de inteligência e, por isso, nem todas as outras crianças lhe faziam companhia.
O pequeno cãozinho, porém, não se afastava dela e demorava-se a ouvi-la e ficava a dizer-lhe, entre ganidos e aus-aus, as muitas histórias que Chapéuzinho Vermelho lhe contava, qual se Dedé fosse a alma mais querida de seu coração.
Chapéuzinho, que amava muito Dedé, mostrava se comovida pela gentileza espontânea de seu cãozinho.
Os médicos desligaram o tele-a-vir.
O lobo mau estava deslumbrado. - Cheguei a ser assim mesmo? - perguntou.
- Dependerá e sua aplicação e comportamento. O que você viu é parte do que preparamos para a sua regeneração. Partindo do seu arrependimento, esse é o programa ditado pelo seu coração e pelo sei próprio cérebro.
O lobo pensou e logo disse:
- Aceito renascer, já que poderei demosntrar o meu arrependimento a cada um dos que mais prejudiquei.
Foi uma grande alegria! O ex-lobo mau, saudado por todos, foi admitido nos departamentos em que aprenderia a transformar seus impulsos de agressão em gestos e amizade, já que várias existências aguardavam sua atuação, a fim de que pudesse, um dia, encontrar a verdadeira paz e ser feliz para sempre.

Bibliografia: Adaptação do livro infantil O Lobo Mau Reencarnado - Roque Jacinto, Ed. Luz no Lar.
Imagem: do mesmo livro citado acima.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

JOÃO BATISTA: A reencarnação de Elias

A identificação dos dois personagens como sendo o mesmo espírito está bem claro nas escrituras. Entenda esta passagem

Elias foi um dos profetas referidos no Velho Testamento que viveu no sécúlo IX a.C. Não há livros na Bíblia esctrito por ele, mas existem referências a seu respeito em diversos autores, como no Terceiro Livro dos Reis (cap. 17) e Quarto Livro dos Reis (cap. 1), Juízes e Malaquias.
Ele viveu no tempo do rei Acab e da rainha Jezebel, com quem esteve em constante oposição, por causa do culto que será promovido ao deus pagã Baal.
É considerado servo intrépide do Javismo (termo que vem de Jevá ou Jeová - Deus segundo os hebreus), apesar do excessivo rigor e das atrocidades que ele, praticou. Dentre essas, destaca-se aquela que fez "descer fogo do céu" e queimou um capitão juntamente aos seus 50 comandados, quando este foi buscá-lo por ordem do rei Acab.
O mesmo fato se repetiu com uma segunda brigada (um capitão e mais os seus 50 soldados), assim como a mortandade de 450 sacerdotes de Baal, que os fez passar pelo fio da espada, junto ao ribeiro de Quison (3º Reis, 18:40). Tem-se no total, um saldo de 552 mortos.
A volta do Profeta Elias foi prevista por Malaquias: "Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor" (4:5).

A vida de João Batista
João Batista era primo de Jesus, Filho de Isabel e Zacarias. Levou uma vida muito austera. Abstendo-se de bens e prazeres, vivendo unicamente para o ministério do bem, convocando o povo ao arrependimento dos pecados e a se prepararem para receber o redentor.
Chamando de "o percursor", vestia-se de pele e alimentava-se de mel e animais silvestres e verberava intimoratamente os atos de degradação humana, fosse em que nível fosse. Por esta razão, caiu na antipatia de herodíades, acusada por ele pela sua união ilícita com o cunhado, o rei Herodes, irmão de Felipe (Marcos 6:17).

A reencarnação na Bíblia
A identificação dos dois personagens como sendo o mesmo espíritos está bem claro nas escrituras. O retorno de Elias foi anunciado pelo anjo Gabriel "[...] o anjo lhe disse: Não temas Zacarias, porque foi ouvida a tua oração; e tua mulher Isabel te dará à luz um filho, e por-lhe-às o nome de João. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; e irá adiante dele com o espírito e a virtude de Elias, a fim de reconduzir os corações dos pais para os filhos" - (Lucas 1:13).
Outra passagem que assinala a identificação do profeta como sendo o próprio João Batista é quando os apóstolos Pedro, Tiago e João perguntaram a Jesus, após a Transfiguração, sobre a volta de Elias: "Por que, pois, os escribas dizem que é preciso que Elias venha antes? Mas Jesus lhe respodeu: é verdade que Elais deve vir e restabelecer todas as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio, e não o conheceram, mas trataram como lhes aprouve. É assim que eles farão sofrer o filho do homem. Então seus discípulos compreenderam que era de João Batista que lhes havia falado" - (Mateus 17:10).
Aqui se trata de reencarnação de Elias na figura de João Batista, explicação esta vista pelos apóstolos com muita naturalidade, justamente por estarem familiarizados com a realidade da reencarnação e esta fazer parte de suas crenças religiosa, o Judaísmo.
As palavras de Jesus confirmam tal fato em Mateus, referindo-se a João como o próprio Elias (espírito): "E, desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus adquire-se à força, e os violentos arrebatam-no. Porque todos os profetas e a lei, até João, profetizaram. E, se vós o quereis compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir. O que tem  ouvidos para ouvir, ouça" (11:12).
A violência da lei mosaica ordenava o extermínio dos infiéis para ganhar a terra prometida; por isso, a citação "o reino dos Céus adquire-se à força". No período de Jesus, a nova lei estabelecia que, para se ganhar o reino dos céus, o trajeto deveria ser outro - o da caridade e da doçura.

Elias volta como João Batista
Quando Jesus disse que Elias já teria vindo e que ninguém o reconheceu, muitos interpretam que João era inspirado por Elias e não que era o próprio profeta. Mas essa identificação dos dois personagens sendo a mesma pessoa mostra, também, um outro aspecto, a Lei de Causa e Efeito. Na figura de Elias, mesmo falando em nome de Deus, ele cometeu alguns excessos de violências em sua época. Posteriormente, o seu espírito veio na figura de João Batista, para preparar o povo para receber as palavras de Jesus. Entretanto, pelo fato de ter cometido os excessos em sua vida anterior, veio resgatar parte de seus débitos sofrendo a decapitação por ordem de Herodes, a pedido de Salomé, que o agradou numa apresentação de dança, manobrada ardilosamente pela sua mãe, Herodíades.
Note-se a analogia das circunstâncias: na ocasião em que era conhecido como Elias, enfrentou a rainha Jezebel, tendo-a vencido pelos poderes, matando os sacerdotes e suprimindo o culto ao deus Baal. Na segunda ocasião, já como João Batista, ele é morto por maquinação também de uma rainha.
O conceito de reencarnação fazia parte das crenças judaícas. Esse conhecimento dos Judeus só foi ampliando no momento em que Jesus trouxe-lhes mais informações sobre o processo reencarnatório. No diálogo entre Nicodemos e o Mestre, podemos observar a atenção dada ao assunto: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor; porque ninguém poderia fazer os milagres que fazeis, se Deus não estivesse com ele. Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade vos digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode nascer um homem que já está velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe, para nascer uma segunda vez? Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade, vos digo: Se um homem não renascer da água e de espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não vos espantais do que eu vos disse, que é preciso que nasçais de novo. O Espírito sopra onde quer, e ouvir sua voz, mas não sabeis de onde ele vem e para onde ele vai. Ocorre o memso com todo o homem que é nascido do Espírito. Nicodemos lhe respondeu: Como isso pode se dar? Jesus lhe disse: Que! sois mestre em Israel e ignorais essas coisas? Em verdade, em verdade vos digo que não dizemos senão o que vimos; e, entretanto, vós não recebeis nosso testemunho. Mas se não credes quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis quando vos falar das coisas do céu? - (João 3:2-12).
Como nota de esclarecimento, é preciso identificar o significado da palavra água no texto. O  renascimento "de água" e "de espírito" é nada mais do que a retomada da experiência física, cuja constituição é eminentemente líquida. Portanto, o renascer da água é reencarnar e o renascer de espírito é evoluir, progredir moralmente.

Erros de tradução: negligência
O prof. Carlos Juliano Torres Pastorino (1910-1980), Docente do Colégio Pedro II e catedrático da Universidade Federal de Brasília, diplomado em Teologia e Filosofia pelo Colégio Internacional Santo Antônio Maria Zacaria, em Roma, eera um exímo latinista, helenista e poliglota. De acordo com os  conhecimentos do prof. Pastorino, frequentemente são traduzidos por "ressuscitar" os verbos gregos ageirô (estar acordado, despertar) e anistêmi (tornar a ficar de pé, regressar), e que este último encerra um sentido em geral negligenciado pelos tradutores: o de reencarnar. As escrituras não fala em "ressurreição dos mortos" ou "da carne", mas em anástasis ek tõn nekrõn, ou seja, "ressurreição dos mortos". De posse deste esclarescimentos oferecidos por uma autoridade linguística, torna-se relativamente fácil identificarmos os sentidos neglegenciados de forma proposital pelos tradutores modernos. A ressurreição occore com os mortos e não com os corpos.
Na Epístola aos hebreus (11:35), onde se lê: "Mulheres receberam os seus mortos pela ressurreição", vemos que são as "mulheres" e não os homens, pois elas é que podem gerar em seus ventres os corpos destinados à reencarnação, ao ressurgimento dos espíritos "mortos" no mundo físico.
Os gregos acreditavam na existência do Hades (lugar dos mortos), de onde as almas retornavam para a vida, denominando este fenômeno como "palingênese" (pallinggenesia: novo nascimento). Assim como os gregos, os hebreus também acreditavam que as almas dos mortos voltavam à  vida, que do Sheol elas retornavam ao mundo da matéria, conhecido como "anastasis" (do verbo anístêmi, composto de ana: "para cima", "de novo" ou "para trás"; e istêmi: estar de pé". Ou seja: tornar a ficar de pá, regressar), expressão traduzida por "ressurreição". Está escrito: "O senhor é o que tira a vida e a dá: faz descer ao Sheol e faz tornar a subir dele". (1 Sm 2:6). Apesar de tentarem alterar o significado do texto, traduzindo inúmeras vezes "Sheol" por " sepultura", para os mais atentos, se buscamos a origem das palavras, veremos que a mensagem é clara quanto a afirmação: regressar do Sheol, regressar do mundo dos mortos.
A palavras Sheol é hebraica, e designar o lugar para onde iam todos após a morte: tanto os justos como os injustos, havendo, no entanto, nessa região dos mortos, uma divisão para os justos, e outra para os injustos, separados por um "abismo intransponível" - (Lc 16.26). O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Já o lugar dos ímpios era medonho, ignífero (onde há fogo), cheio de dores, sofrimentos, estando todos perfeitamente conscientes.
Em muitas das passagens bíblicas, as inúmeras referências ao Sheol possuem imperfeições na sua tradução. Cartas versões em português traduzem a designação hebraica por sepultura e outros termos afins, como inferno (Dt 32.22:2; Sm 22.6; Jó 11.8; 26.6; 5116.10), o que traz confusão - (Gn 37.35; Nm 16.30,33; Jó 17.16; 11.8; SI 30.3; 86.13; 139.8; Pv 9.18; 15.24; Is 14.9; 38.18; Ez 31.17; A, 9.12).
A expressão grega palinggenesia (palingênese), segundo o prof. Pastorino, era o termo técnico. São Jerônimo, geralmente, o traduzia por regeneração. Já a palavra ressurreição é a tradução da expressão grega anastasis originária do verbo anistemi, que significa tornar a ficar de pá, mas, também, regressar.
A palavra reencarnação não se encontra nas escrituras, mas cultura judaico-cristã. Entre eles havia o conceito de ressurreição, que é justamente o que chamamos hoje de "reencarnação".
O conceito reencarnacionista foi dissimulado nos textos bíblicos ao longo dos séculos, alterando-se, com isso, o seu conteúdo. Referências do século II d.C., onde Orígenes, um dos pais da Igreja, comenta que: "Presentemente, é manifesto que grandes foram os desvios sofridos pela cópias, quer pelo descuido de certos escribas, quer pela audácia perversas de diversos corretores, quer pela adições ou supressões arbitrárias". Portanto, a intenção de distorcer o conteúdo bíblico já vem de longa data.
Se nos dedicarmos ao estudo profundo dos fatos veremos que tudo é uma questão de resgate do verdadeiro sentido das palavras. que assumiram significados diversos no decorrer do tempo. Através da pesquisa etimológica, sem dúvida, chegaremos à verdade original dos textos.

Cristianismo primitivo
O início do Cristianismo, conhecido como Cristianismo primitivo, trazia em si uma pureza doutrinária, sendo recente a passagem do Cristo pela região. Mas, o Cristianismo sofreu uma transformação no momento em que se tornou a religião oficial di Império Romano. A mistura de costumes politeístas (crenças em vários deuses) com o Cristianismo primitivo inaugurou o catolicismo. Este evento modificou os costumes cristãos e introduziu hábitos de cultura politeísta, surgindo ritus que não existiam até então.
O conceito de reencarnação, como meio pelo qual a alma se redimi por si só, significava a falência do poder político e religioso da Igreja. Por este motivo, começou a considerar-se todos os seguidores da ideia da reencarnação como criminosos passíveis de pena de morte, a partir do ano de 553 d.C., no Concílio de Constantinopla.
Assim, a tradução dos textos evangélicos primitivos e a confecção do Novo Testamento (Vulgata Latina) buscaram eliminar qualquer informação que se reportasse ao conceito de sobrevivência da alma e o seu retorno a um novo corpo, para uma nova existência.
Por se tratar de um obstáculo aos interesses de alguns, este importante ensinamento deixou de fazer parte das celebrações cristãs e dos cultos da Igreja. Mas, o assunto em foco reapareceu muito tempo depois, com toda a sua força e transparência através das várias ocorrências de fenômenos mediunicos, em meados do século XIX, e com a publicação de obra O Livro dos Espíritos, em 1857.
Portanto, a ideia da reencarnação sempre esteve presente no Cristianismo primitivo dos tempos apostólicos, e algum tempo depois, na pureza dos ensinos cristãos contidos nas comunicações reveladas pelo Espirtismo.
A reencarnação é um fato, e negá-la não é sufiente para justificar e manter o atual sistema religioso. Muitos cientistas, inclusive, demonstram que a vida não termina com a morte do corpo, mas que continua em outraq dimensão. A divulgação da verdade depende de nós - os caminheiros redivivos.