quinta-feira, 29 de julho de 2010

MEDIUNIDADE NA BÍBLIA

Mesmo proibida, pois geralmente era praticada com fins inferiores, a comunicação mediúnica é um fato bíblico.
Dentre vários outros, a comunicação com os chamados "mortos" é um dos princípios básicos do Espiritismo, inclusive, podemos dizer que é um dos fundamentais, pois foi de onde surgir todo o seu arcabouço doutrinário.
Na conclusão do O Livro dos Espiritos, Kardec argumentou que: "Esses fenômenos (...) não são mais sobrenaturais que todos os fenômenos aos quais a Ciência hoje dá a solução, e que pareceram maravilosos numa outra época. todos os fenômenos espíritas, sem esceção, são a consequência de leis gerais e nos revelam um dos poderes da Natureza, poder desconhecido, ou dizendo melhor, incompreendido até aqui, mas que a observação demonstra estar na ordem das coisas.
Essa obordagem de Kardec é necessária, pois, apesar de muitos considerarem tais fenômenos como sobrenaturais, enquanto que inúmenros outros os querem como fenômenos de ordem religiosa, as duas teses são incorretas. A origem deles é espontânea e natural e ocorre conforme as leis que regem não só o contato entre o mundo material e o espiritual, mas toda a complexa interação que mantém o equilibrio universal. Por isso, não precisaríamos relacioná-los, nem mesmo buscar comprovação de sua realidade entre as narrativas bíblicas.

MEDIUNIDADE NA BÍBLIA

Primeiramente, selecionei alguns trechos com relação à sobreviv~encia do espírito, pois ela é a peça fundamental nas comunicações. Leiamos:
"Quando você (Abraão), irá reunir-se em paz com seus antepassados e será sepultado após uma velhice feliz" - (Gn 15,15).
"Quando Jacó acabou de dar intruções aos filhos, recolheu os pés na cama, expirou e se reunir com seus antepassados" - (Gn 49, 33).
"Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentiraõ à mesa no Reino do Céu junto de Abraão, Isaac e Jacó" - (Mt 8,11).
"e, quanto à resurreição. será que não leram o que Deus disse a vocês: 'Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó'? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos" - (Mt 22, 31-32).
Podemos concluir, dessas passagens, que há no homem algo que sobrevive à morte física.
Os relatos bíblicos nos dão conta que o intercâmbio com os mortos era um fato corriqueiro na vida dos hebreus. Por outro lado, quase todos os povos com quem mantiveram contato tinahm práticas relacionadas à evocação do espíritos, para fins de adivinhação, denominada necromancia. O Dicionário Bíblico Universal a define com sendo o meio de adivinhação interrogando um morto. Babilônios, egípcios e gregos a praticavam. Heliodoro, autor grego do III ou IV século d.C. relata uma cena semelhante àquela descrita em 1Sm (Etíope 6,14). O Deuteronômio atribuiu aso habitantes da Palestina "(...) a interrogação dos espíritos ou a evocação dos mortos" (18,11). Os israelitas também se entregaram a essas práticas, mas logo, mas logo são condenadas, particulamente por Saul (1Sm 28, 38). Mas, forçado pela necessidade, o rei manda evocar a sombra de Samuel (28, 7-25); o relato contitui uma das mais imprecionantes paginas da bíblia. Mas tarde, Isaías atesta uma prática bastante difundida (Is 8,19); parece que ele ouviu "uma voz como a de um fantasma que vem da terra" ( 29,4). Manasses favoreceu a prática da necromancia (2Rs 21,6), mas Josias a eliminou quando fez sua reforma (2Rs 23,24). Então, o Deuteronômio considera a necromancia e as outras práticas divinatórias como "Abominação" diante de Deus, e como  o motivo da destruição das nações, efetuada pelo Senhor em favor de Israel (18,12). O Levítico considera a necromancia como ocasião de impureza e condena os necromantes à morte por apedrejamento (19,31; 20,27). Vejamos mais algumas passagens:
"Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não apreenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem feiticeiro; nem encantador, nem agoureiro, nem feitiçeiros; nem prognosticador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo auquele que faz tal coisa é abdominação ao Senhor; e por tais abominações o Senhor teu Deus os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possir, ouvem os prognosticadores e os adivinnhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa" - (Dt 18,9-14).
Esta passagem diz respeito à adivinhação e à necromancia. Elas se encontram entre as proibições. A preocupação central era proibir qualquer tipo de coisa relacionada à adivinhação, como fica claro pela última passagem, onde de diz "(...) estas nações, (...) ouvem os prognosticadores e os adivinhadores (...), reunindo, assim, todas as práticas a essas duas.

AS COMUNICAÇÕES E SUAS PROIBIÇÃO

Por outro lado, a grande questão a ser levantada é: os mortos atendiam às evocações ou não? Se não, por que da proibição? Seria ilógico proibir algo que não acontece. Teremos que tentar encontrar as razões de tal proibição. Duas delas podemos destacar. A primeira é que os espíritos dos mortos eram considerados, por muitos, como deuses. Levando-se em conta que era necessário manter, a todo custo, a ideia de um Deus único, Moisés istituiu a proibição de qualquer evento que viesse a prejudicar essa unicidade divina. As consultas deveriam ser dirigidas somente a Deus, daí, por forças das circunstâncias, precisou proibir todas as outras. A segunda estaria relacionada ao motivo pelo qual iam consultar os mortos. Normalmente,  eram para coisas relacioandas ao futuro, como no caso de Saul, que iremos ver logo à frente, ou para situações cotidianos, quando, por exemplo, do desaparecimento das jumentas de Cis, em que Saul, seu filho, procura um vidente para que ele dissesse onde poderiam encontrá-las.
A figura do profeta aparece como sendo a pessoa que tem poderes para fazer consultas à Deus ou receber da divindade as revelações que deveriam ser transmitida ao povo. Em razão de querer a exclusividade das consultas a Deus é que Moisés disse "Jave, seu Deus fará surgir, dentre seus irmãos, um profeta como eu em seu meio, e vocês o ouvirão" - (Dt 18,15). Elucidamos esta questão com o seguinte passo: "Em Israel, antigamente, quando alguém ia consultar a Deus, costumava diser: 'Vamos ao vidente'. Porque, em lugar de 'profeta', como se diz hoje, dizia-se 'vidente'" (1Sm 9,9) Em alguns casos poderá ver, inclusive, o futuro; daí  a ideia de que poderia prever alguma coisa, uma profecia, derivando-se daí, então, o nome profeta. Podemos confirmar o que estamos dizendo aqui nesse parágrafo, pela explicação dada à passagem Dt 18,9-22.
Moisés não era totalmente contra o mediunismo, apenas era contrário ao uso indevido que davam a essa faculdades. Podemos, inclusive, vê-lo aprovando a forma com que dois homens a faziam, conforme a seguinte narrativa em Nm 11, 24-30:
"Moíses saiu e disse ao povo as palavras de Iawher. Em seguida, reunião 70 anciães dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iawher desceu na Nuvem. Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e colocou nos 70 anciães. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém nunca mais o fizeram".
"Dois homens haviam permanecido no acampamento: um deles se chamava Eldad e o outro Medad. O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos. Puseram-se a profetizar no acampamento. Um jovem correu e foi anunciar a Moíses: "Eis que Eldad e Medad", disse ele, "estão profetizando no acampamento". Josué de Num, que desde a sua infância servia a Moíses, tomou a palavra e disse: "Moíses meu senhor, proibe-os!". Respondeu-lhe Moíses: "Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de Iawher fosse profeta, dando-lhe Iawher o seu Espírito". A seguir, Moíses voltou ao acampamento e com ele os anciães de Israel". Fica claro, então, que pelo menos dus pessoas faziam dignamente p uso da faculdade mediúnica; daí, Moíses até desejar que todos fizessem como eles.
Outro ponto importante que covém ressaltar é a respeito da palavra espírito, que aparece inúneras vezes na Bíblia. Mas, afinal, o que é espírito? Hoje sabemos que os espíritos são as almas dos homens que foram desligados do corpo físico pelo fenômeno da morte. Assim, podemos perfeitamente aceitar que, esceto quando atribuem essa palavra ao próprio Deus, todas as outras estão incluídas nessa categoria.
Tudo, na verdade, não passava de manifestações dos espíritos, que muitas vezes eram vistos como deuses. Isso fica tão claro que podemos até mesmo encontrar recomendações de como nos comportar diante deles para sabermos suas verdadeiras intenções. Citamos: "Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus(...)" - (1 Jo 4,1).

JESUS E AS COMUNICAÇÕES
Disso, pode-se concluir que era comum, áquela época, o contato com os espíritos. Podemos confirmar isso com o Apóstolo dos gentis, que recomendou sobre o uso dos "dons" (mediunidade), conforme podemos ver em sua primeira carta aos Coríntios (cap. 14). Nela, ele procurou demonstrar que o dom da profecia é superior ao dom de falar em línguas (xenoglossia), pois não vai nisso nenhuma utilidade senão quando, juntamente, houvesse alguém com o dom de interpretá-las.
Uma coisa nos podemos considerar. Se ocorriam manifestações naquela época, por que não as aconteceria nos dias de hoje? Veremos, agora, a mais notável de todas as manifestações de espíritos que podemos encontrar na Bíblia, pois ela aconteceu com Jesus. Leiamos:
"Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transformou diante deles; o seu rosto brilhou como o Sol, e as suas roupas ficaram brancas com a luz. Nisso lhes apareceram Moíses e Elias, conversando com Jesus. Então, Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: "Senhor, é bom ficarmos aqui. Se quisseres, vou fazer aqui três tendas; uma para ti, outra para Moíses, e outra para Elías". Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: "Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz". Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. Jesus se apriximou, tocou neles e disse: "Levantem-se, e não tenham medo." Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: "Não contem a ninguém essa visão, até que o filho do homem tanha ressuscitado dos mortos" (Mt 17, 1-9). Ocorrência inequívoca de comunicação com os mortos, no caso, os espíritos Moíses e Elías, que conversam pessoalmente com Jesus. E aí afirmamos que, se fosse mesmo proibida por Deus, Moíses não viria se apresentar a Jesus e seus discíplos, já que foi ele mesmo, quando vivo, quem informou dessa proibição, e nem Jesus iria infringir uma lei divina. Portanto, a proibição de Moíses era apenas uma proibição paricular sua ou de sua legislação da época. Os partidários do demônio ficam sem saída nessa passagem, pois não podem afirmar que foi o "demônio" quem apareceu para eles, já que teriam que admitir que Jesus fora enganado.
Podemos ainda ressaltar que, depois desse episódio, Jesus não proibiu a comunicação com os mortos. Apenas disse aos discípulos para não que contassem a ninguém sobre aquela "sessão espírita", até que acontecesse a sua "ressurreição". E se ele mesmo disse: "tudo que eu fiz vós podeis fazer e até mais" (Jo 14.12), os que se comunicam com os mortos estão seguindo o exemplo de Jesus.
Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que está recheada de narrativas com aparições de anjos. Na ocasião da ressurreição de Jesus alguma nos dão conta do aparecimento, junto as sepulcro, de "anjos vestidos de branco" (Jo 20, 12; Mt 28,2), enquanto que outras nod dizem ser "homens vestidos de branco" (Lc 24,4; Mc 16,5). Isso demonstra que os anjos são espíritos, e que muitos podem até ter vivido na Terra.
Podemos concluir que, realmente, a comunicação com os mortos está presente na Bíblia, por mais que se esforcem em queer tirar dela esse fato.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O LOBO MAU REENCARNADO

O lobo mau, depois de engolir a vovó de Chapéuzinho Vermelho, pusera uma touca na cabeça e deirtara na cama, esperando a vinda da menina.
Chapéuzinho não percebeu a trama do velho lobo e foi entrando confiando, achegando-se ao leito onde sua vovó se encontraria deitada.
- O que a senhora tem? - perguntou Chapéuzinho espantada.
- Estou muito doente, minha netinha! - fingiu o arteiro lobo, com água na boca para abocanhá-la. - Chegue mais perto, minha netinha!
Chapéuzinho aproximoou-se e logo perguntou:
- Por que a sua orelha está tão comprida, vovó?
- É para te ouvir melhor!
- E por que esses braços tão grandes?
- É para abraçar você!
- E por que essa boca tão grande, vovó?
O lobo lambeu os beiços:
- É para abocanhar você! E, dito isso, engoliu Chapéuzinho.
Satisfeito com a dupla refeição, o lobo resouvel tirar um cochilo ali mesmo, enquanto fazia a digestão.
O caçador da floresta, que alertara Chapéuzinho sobre os perigos do lobo mau, aproximou-se da casa e vendo a porta aberta, entrou. O caçador, entendendo o que havia acontecido, tirou uma faca da cintura, cuidadosamente abriu a barriga do lobo, tirando de lá a vovó e Chapéuzinho, sem que o lobo acordasse. No lugar delas, ajustou umas pedras na barriga do lobo e os três rapidamente se mandaram.
Ao acordar, o lobo sentiu muita sede, e foi até a lagoa da floresta. Nela mergulhou e, por estar muito pesado, afundou e morreu.
Enquanto ele afundava, lembrou de todas as maldades que praticara. Chorou, arrependido, porém desencarnou. Seu espírito libertou-se de seu corpo físico que ficou no fundo da lagou. Sentiu-se leve, tão leve, que se libertou das águas, chegando à superfície da água, porém o quadro que via era outro. O lobo estava agora na Espiritualidade.
Ele ouviu lobos maus uivando solitários e, com muito medo e também arrependido, chorava. Nisso, um espírito aproximou-se mansamente. O lobo rosnara instintivamente, mas o espírito não demostrou medo; ao contrário aproximou-se e acariciou-lhe a cabeça; um gesto de carinho que o lobo jamais conhecera.
- Quem é você? - perguntou o lobo?
- Sou o encarregado dos lobos maus e sei que você tornará a ser bom!
Gargalhando, o lobo respondeu:
- Toda vida eu fui mau e continuarei a ser!
- Se você prefere assim, serei obrigado a abandoná-lo, até que suas lágrimas de arrependimento me chamem novamente.
- Espere! Eu estava brincando. Cansei de ser mau.
- Então, venha comigo!
O lobo foi encaminhado ao Instituto de Regeneração, onde passou por vários corredores, até chegar a uma sala, onde um médico o aguardava.
- Sente-se, por favor! - disse o médico ao lobo. Tenho aqui a ficha de sua vida, lobinho.
- De mi-nha vi-da? - o pobre lobo gaguejou.
- Sim! Aqui tenho tudo: nascimento, infância, juventude, maldades pretendidas, uma a uma, até o dia de seu afogamento na lagoa.
- Então viu que sou um caso perdido, não é mesmo? - choramingou o lobo.
- Ninguém nasce para mal, lobinho. Temos um belo destino pela frente. Com algumas reencarnações será possível corrigir-se das artes e maldades costumeiras.
- Se não houve caso perdido, sou o primeiro. - dizia o lobo chorando de triteza. - Eu reconheço que sou um caso sem solução, continuarei a ser um lobo malvado para sempre, sei que será assim!
Fazia pena ouvi-lo. O pobre lobo estava irredutível; ele não aceitava que um dia viria a ser bom. Diante disso, a equipe médica que cuidava dele, resolveu mostrar para ele o tele-a-vir, um equipamento cheio de fios que mais parecia uma televisão.
- Resolvemos mostra-lhe o seu futuro, caro lobo! - disse um dos médicos.
- O meu futuro? - admirou-se o lobo.
- Sim! Em casos iguais aos seu, que se acredita que será maus pela eternidade, convém mestrar uma pontinha das suas vidas futuras, para que você trabalhe pela sua própria recuperação.
- Irei ver-me nas próximas vidas?
- Exatamente!
Os médicos ligaram alguns fios ao cérebro do lobo mau e outros ao seu coração. Viraram um botão e a tela iluminou-se.
De imediato, o lobo viu a sua tão conhecida floresta e ele ali estava muito pequenno. O mesmo caçador que repletara a sua barriga de pedra estava passando por ali e, ao ver aquele pequeno filhote de pastor alemão, exclamou:
- Ah, um cão pastor! Vou levá-lo para a cabana, comigo!
Era um belo cão pastor, ainda um pouco selvagem e bravo, porém muito amigo do caçador.
Um dia, porém...
Um dia, o caçador saiu cedo de casa e o fiel amigo o acompanhava. Subitamente, o caçador assustou-se, uma enorme cascavel espreitava, pronta para dar o bote. O ex-lobo mau não hesitou e abocanhou a cobra, para salvar seu amigo mas, velha e manhosa, a cascavel contorceu-se, picando-o no pescoço. Sem forças, o cão não abandounou a presa, dando tempo para que o caçador fugisse.
O lobo mau estava muito emocionado, diante do tele-a-vir. Ele se preparava para fazer uma pergunta, quando as cenas da próximas existência começaram.
Nascera, agora, como um cão sem raça definida. Ainda filhote, fora abandonado na estrada e, faminto, encontrou uma casa, onde uma boa velhinha o recebeu. Essa velhinha não era outra, senão a vovó de Chapéuzinho que, mesmo com o passar dos anos, continuava firme.
O ex-lobo mau já estava mais dócil e calmo e crescera, ali, com a vovó.
Uma noite, já muito grande que ele era, bom para a vovó e bravo para com os estranhos, eis que três homens perturbados tentaram invadir o pequeno sítio, pondo a dona em perigo. Valentemente, o cão avançou contra os filhotes. Os homens fugiram, mas um deles armando-se com um pedaço de pau, deu-lhe no focinho com muita força, antes de escapar com os outros para nunca mais voltar.
A vovó, ao vê-lo caído, já sem forças, chorou muito.
O ex-lobo mau via as lágrimas amigas da velhinha. Ele procurou sorri calmo e, assim, despediu-se dela, agradecido pelo carinho que recebera naquela curta encarnação.
No Insituto de Regeneração, o lobo mau chorava diante do tele-a-vir, onde se apagavam as cenas da segunda existência e imediatamente apareciam as imagens da encarnação seguinte.
Reencarnara, dessa vez, com um cãozinho peludo e esperto. Desde pequenino, revelava a boa índole que adquiria nas existências anteriores e, agora, mal podia se imaginar que um dia ele fora um lobo da floresta.
O cãozinho era muito amado por todos. Crianças e velhinhos detinham-se a brincar com ele, que encantava a todos.
Chapéuzinho Vermelho, sua dona, fazia questão de que todo mundo viesse a conhecê-lo. Mal chegava uma visita e ele logo se animava no colo dos adultos e saltitava brincando com as crianças.
Mas, acima de tudo, vivia para Dedé.
Dedé era uma menina que crescera de corpo, mas não de inteligência e, por isso, nem todas as outras crianças lhe faziam companhia.
O pequeno cãozinho, porém, não se afastava dela e demorava-se a ouvi-la e ficava a dizer-lhe, entre ganidos e aus-aus, as muitas histórias que Chapéuzinho Vermelho lhe contava, qual se Dedé fosse a alma mais querida de seu coração.
Chapéuzinho, que amava muito Dedé, mostrava se comovida pela gentileza espontânea de seu cãozinho.
Os médicos desligaram o tele-a-vir.
O lobo mau estava deslumbrado. - Cheguei a ser assim mesmo? - perguntou.
- Dependerá e sua aplicação e comportamento. O que você viu é parte do que preparamos para a sua regeneração. Partindo do seu arrependimento, esse é o programa ditado pelo seu coração e pelo sei próprio cérebro.
O lobo pensou e logo disse:
- Aceito renascer, já que poderei demosntrar o meu arrependimento a cada um dos que mais prejudiquei.
Foi uma grande alegria! O ex-lobo mau, saudado por todos, foi admitido nos departamentos em que aprenderia a transformar seus impulsos de agressão em gestos e amizade, já que várias existências aguardavam sua atuação, a fim de que pudesse, um dia, encontrar a verdadeira paz e ser feliz para sempre.

Bibliografia: Adaptação do livro infantil O Lobo Mau Reencarnado - Roque Jacinto, Ed. Luz no Lar.
Imagem: do mesmo livro citado acima.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

JOÃO BATISTA: A reencarnação de Elias

A identificação dos dois personagens como sendo o mesmo espírito está bem claro nas escrituras. Entenda esta passagem

Elias foi um dos profetas referidos no Velho Testamento que viveu no sécúlo IX a.C. Não há livros na Bíblia esctrito por ele, mas existem referências a seu respeito em diversos autores, como no Terceiro Livro dos Reis (cap. 17) e Quarto Livro dos Reis (cap. 1), Juízes e Malaquias.
Ele viveu no tempo do rei Acab e da rainha Jezebel, com quem esteve em constante oposição, por causa do culto que será promovido ao deus pagã Baal.
É considerado servo intrépide do Javismo (termo que vem de Jevá ou Jeová - Deus segundo os hebreus), apesar do excessivo rigor e das atrocidades que ele, praticou. Dentre essas, destaca-se aquela que fez "descer fogo do céu" e queimou um capitão juntamente aos seus 50 comandados, quando este foi buscá-lo por ordem do rei Acab.
O mesmo fato se repetiu com uma segunda brigada (um capitão e mais os seus 50 soldados), assim como a mortandade de 450 sacerdotes de Baal, que os fez passar pelo fio da espada, junto ao ribeiro de Quison (3º Reis, 18:40). Tem-se no total, um saldo de 552 mortos.
A volta do Profeta Elias foi prevista por Malaquias: "Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor" (4:5).

A vida de João Batista
João Batista era primo de Jesus, Filho de Isabel e Zacarias. Levou uma vida muito austera. Abstendo-se de bens e prazeres, vivendo unicamente para o ministério do bem, convocando o povo ao arrependimento dos pecados e a se prepararem para receber o redentor.
Chamando de "o percursor", vestia-se de pele e alimentava-se de mel e animais silvestres e verberava intimoratamente os atos de degradação humana, fosse em que nível fosse. Por esta razão, caiu na antipatia de herodíades, acusada por ele pela sua união ilícita com o cunhado, o rei Herodes, irmão de Felipe (Marcos 6:17).

A reencarnação na Bíblia
A identificação dos dois personagens como sendo o mesmo espíritos está bem claro nas escrituras. O retorno de Elias foi anunciado pelo anjo Gabriel "[...] o anjo lhe disse: Não temas Zacarias, porque foi ouvida a tua oração; e tua mulher Isabel te dará à luz um filho, e por-lhe-às o nome de João. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; e irá adiante dele com o espírito e a virtude de Elias, a fim de reconduzir os corações dos pais para os filhos" - (Lucas 1:13).
Outra passagem que assinala a identificação do profeta como sendo o próprio João Batista é quando os apóstolos Pedro, Tiago e João perguntaram a Jesus, após a Transfiguração, sobre a volta de Elias: "Por que, pois, os escribas dizem que é preciso que Elias venha antes? Mas Jesus lhe respodeu: é verdade que Elais deve vir e restabelecer todas as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio, e não o conheceram, mas trataram como lhes aprouve. É assim que eles farão sofrer o filho do homem. Então seus discípulos compreenderam que era de João Batista que lhes havia falado" - (Mateus 17:10).
Aqui se trata de reencarnação de Elias na figura de João Batista, explicação esta vista pelos apóstolos com muita naturalidade, justamente por estarem familiarizados com a realidade da reencarnação e esta fazer parte de suas crenças religiosa, o Judaísmo.
As palavras de Jesus confirmam tal fato em Mateus, referindo-se a João como o próprio Elias (espírito): "E, desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus adquire-se à força, e os violentos arrebatam-no. Porque todos os profetas e a lei, até João, profetizaram. E, se vós o quereis compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir. O que tem  ouvidos para ouvir, ouça" (11:12).
A violência da lei mosaica ordenava o extermínio dos infiéis para ganhar a terra prometida; por isso, a citação "o reino dos Céus adquire-se à força". No período de Jesus, a nova lei estabelecia que, para se ganhar o reino dos céus, o trajeto deveria ser outro - o da caridade e da doçura.

Elias volta como João Batista
Quando Jesus disse que Elias já teria vindo e que ninguém o reconheceu, muitos interpretam que João era inspirado por Elias e não que era o próprio profeta. Mas essa identificação dos dois personagens sendo a mesma pessoa mostra, também, um outro aspecto, a Lei de Causa e Efeito. Na figura de Elias, mesmo falando em nome de Deus, ele cometeu alguns excessos de violências em sua época. Posteriormente, o seu espírito veio na figura de João Batista, para preparar o povo para receber as palavras de Jesus. Entretanto, pelo fato de ter cometido os excessos em sua vida anterior, veio resgatar parte de seus débitos sofrendo a decapitação por ordem de Herodes, a pedido de Salomé, que o agradou numa apresentação de dança, manobrada ardilosamente pela sua mãe, Herodíades.
Note-se a analogia das circunstâncias: na ocasião em que era conhecido como Elias, enfrentou a rainha Jezebel, tendo-a vencido pelos poderes, matando os sacerdotes e suprimindo o culto ao deus Baal. Na segunda ocasião, já como João Batista, ele é morto por maquinação também de uma rainha.
O conceito de reencarnação fazia parte das crenças judaícas. Esse conhecimento dos Judeus só foi ampliando no momento em que Jesus trouxe-lhes mais informações sobre o processo reencarnatório. No diálogo entre Nicodemos e o Mestre, podemos observar a atenção dada ao assunto: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor; porque ninguém poderia fazer os milagres que fazeis, se Deus não estivesse com ele. Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade vos digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode nascer um homem que já está velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe, para nascer uma segunda vez? Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade, vos digo: Se um homem não renascer da água e de espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não vos espantais do que eu vos disse, que é preciso que nasçais de novo. O Espírito sopra onde quer, e ouvir sua voz, mas não sabeis de onde ele vem e para onde ele vai. Ocorre o memso com todo o homem que é nascido do Espírito. Nicodemos lhe respondeu: Como isso pode se dar? Jesus lhe disse: Que! sois mestre em Israel e ignorais essas coisas? Em verdade, em verdade vos digo que não dizemos senão o que vimos; e, entretanto, vós não recebeis nosso testemunho. Mas se não credes quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis quando vos falar das coisas do céu? - (João 3:2-12).
Como nota de esclarecimento, é preciso identificar o significado da palavra água no texto. O  renascimento "de água" e "de espírito" é nada mais do que a retomada da experiência física, cuja constituição é eminentemente líquida. Portanto, o renascer da água é reencarnar e o renascer de espírito é evoluir, progredir moralmente.

Erros de tradução: negligência
O prof. Carlos Juliano Torres Pastorino (1910-1980), Docente do Colégio Pedro II e catedrático da Universidade Federal de Brasília, diplomado em Teologia e Filosofia pelo Colégio Internacional Santo Antônio Maria Zacaria, em Roma, eera um exímo latinista, helenista e poliglota. De acordo com os  conhecimentos do prof. Pastorino, frequentemente são traduzidos por "ressuscitar" os verbos gregos ageirô (estar acordado, despertar) e anistêmi (tornar a ficar de pé, regressar), e que este último encerra um sentido em geral negligenciado pelos tradutores: o de reencarnar. As escrituras não fala em "ressurreição dos mortos" ou "da carne", mas em anástasis ek tõn nekrõn, ou seja, "ressurreição dos mortos". De posse deste esclarescimentos oferecidos por uma autoridade linguística, torna-se relativamente fácil identificarmos os sentidos neglegenciados de forma proposital pelos tradutores modernos. A ressurreição occore com os mortos e não com os corpos.
Na Epístola aos hebreus (11:35), onde se lê: "Mulheres receberam os seus mortos pela ressurreição", vemos que são as "mulheres" e não os homens, pois elas é que podem gerar em seus ventres os corpos destinados à reencarnação, ao ressurgimento dos espíritos "mortos" no mundo físico.
Os gregos acreditavam na existência do Hades (lugar dos mortos), de onde as almas retornavam para a vida, denominando este fenômeno como "palingênese" (pallinggenesia: novo nascimento). Assim como os gregos, os hebreus também acreditavam que as almas dos mortos voltavam à  vida, que do Sheol elas retornavam ao mundo da matéria, conhecido como "anastasis" (do verbo anístêmi, composto de ana: "para cima", "de novo" ou "para trás"; e istêmi: estar de pé". Ou seja: tornar a ficar de pá, regressar), expressão traduzida por "ressurreição". Está escrito: "O senhor é o que tira a vida e a dá: faz descer ao Sheol e faz tornar a subir dele". (1 Sm 2:6). Apesar de tentarem alterar o significado do texto, traduzindo inúmeras vezes "Sheol" por " sepultura", para os mais atentos, se buscamos a origem das palavras, veremos que a mensagem é clara quanto a afirmação: regressar do Sheol, regressar do mundo dos mortos.
A palavras Sheol é hebraica, e designar o lugar para onde iam todos após a morte: tanto os justos como os injustos, havendo, no entanto, nessa região dos mortos, uma divisão para os justos, e outra para os injustos, separados por um "abismo intransponível" - (Lc 16.26). O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Já o lugar dos ímpios era medonho, ignífero (onde há fogo), cheio de dores, sofrimentos, estando todos perfeitamente conscientes.
Em muitas das passagens bíblicas, as inúmeras referências ao Sheol possuem imperfeições na sua tradução. Cartas versões em português traduzem a designação hebraica por sepultura e outros termos afins, como inferno (Dt 32.22:2; Sm 22.6; Jó 11.8; 26.6; 5116.10), o que traz confusão - (Gn 37.35; Nm 16.30,33; Jó 17.16; 11.8; SI 30.3; 86.13; 139.8; Pv 9.18; 15.24; Is 14.9; 38.18; Ez 31.17; A, 9.12).
A expressão grega palinggenesia (palingênese), segundo o prof. Pastorino, era o termo técnico. São Jerônimo, geralmente, o traduzia por regeneração. Já a palavra ressurreição é a tradução da expressão grega anastasis originária do verbo anistemi, que significa tornar a ficar de pá, mas, também, regressar.
A palavra reencarnação não se encontra nas escrituras, mas cultura judaico-cristã. Entre eles havia o conceito de ressurreição, que é justamente o que chamamos hoje de "reencarnação".
O conceito reencarnacionista foi dissimulado nos textos bíblicos ao longo dos séculos, alterando-se, com isso, o seu conteúdo. Referências do século II d.C., onde Orígenes, um dos pais da Igreja, comenta que: "Presentemente, é manifesto que grandes foram os desvios sofridos pela cópias, quer pelo descuido de certos escribas, quer pela audácia perversas de diversos corretores, quer pela adições ou supressões arbitrárias". Portanto, a intenção de distorcer o conteúdo bíblico já vem de longa data.
Se nos dedicarmos ao estudo profundo dos fatos veremos que tudo é uma questão de resgate do verdadeiro sentido das palavras. que assumiram significados diversos no decorrer do tempo. Através da pesquisa etimológica, sem dúvida, chegaremos à verdade original dos textos.

Cristianismo primitivo
O início do Cristianismo, conhecido como Cristianismo primitivo, trazia em si uma pureza doutrinária, sendo recente a passagem do Cristo pela região. Mas, o Cristianismo sofreu uma transformação no momento em que se tornou a religião oficial di Império Romano. A mistura de costumes politeístas (crenças em vários deuses) com o Cristianismo primitivo inaugurou o catolicismo. Este evento modificou os costumes cristãos e introduziu hábitos de cultura politeísta, surgindo ritus que não existiam até então.
O conceito de reencarnação, como meio pelo qual a alma se redimi por si só, significava a falência do poder político e religioso da Igreja. Por este motivo, começou a considerar-se todos os seguidores da ideia da reencarnação como criminosos passíveis de pena de morte, a partir do ano de 553 d.C., no Concílio de Constantinopla.
Assim, a tradução dos textos evangélicos primitivos e a confecção do Novo Testamento (Vulgata Latina) buscaram eliminar qualquer informação que se reportasse ao conceito de sobrevivência da alma e o seu retorno a um novo corpo, para uma nova existência.
Por se tratar de um obstáculo aos interesses de alguns, este importante ensinamento deixou de fazer parte das celebrações cristãs e dos cultos da Igreja. Mas, o assunto em foco reapareceu muito tempo depois, com toda a sua força e transparência através das várias ocorrências de fenômenos mediunicos, em meados do século XIX, e com a publicação de obra O Livro dos Espíritos, em 1857.
Portanto, a ideia da reencarnação sempre esteve presente no Cristianismo primitivo dos tempos apostólicos, e algum tempo depois, na pureza dos ensinos cristãos contidos nas comunicações reveladas pelo Espirtismo.
A reencarnação é um fato, e negá-la não é sufiente para justificar e manter o atual sistema religioso. Muitos cientistas, inclusive, demonstram que a vida não termina com a morte do corpo, mas que continua em outraq dimensão. A divulgação da verdade depende de nós - os caminheiros redivivos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O PERDÃO DOS PECADOR

Lucas 7:36-50
O nome Simião, derivado de símio em português, costume ser associado a macaco. Na antiga Palestina tinha significado mais nobre - alguém que se faz ouvir por Deus.
Vários personagens evangélicas ostentaram esse nome respeitável.
Pedro e o Zelota, membros do colégio apostólico...
Um irmão de Jesus...
Um leproso curado...
Outros apararecem em Atos dos Apóstolos.
Lucas nos fala de um Simão da casta dos fariseus que, em Cafarnaum. comvidou Jesus para uma refeição em sua casa.
Não osbtante a hostilidade crescente de proeminentes membros de seita farisaica que o contestavam, o Mestre aceitou, exemplificando boa vontade.
Segundo velho costume romano, imitado pelos judeus, em ocasiões de cerimônia usava-se o triclídio para as refeições. Era um conjunto de três ou mais divãs, onde os convidados se recostavam, servidos pelos criados.
O jantar ia em curso, quando uma mulher entrou no recinto. trazia um vaso de alabastro, pedra calcária semelhantes ao mármore, contendo perfume. Aoelhando-se, pôs-se a lavar os pés de Jesus. Tão intensa era sua emoção que os molhou com as p´roprias lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos longos e sedosos ,pondo-se a beijá-los e urgir-los de perfume.
Algo inusitado hoje, ate chocante, mas normal na vida judaica daquele tempo. Personalidades ilustres eram homenageadas assim, em manifestações de humildade e submissão. O prórpio Jesus, na última ceia, quando transmitiiu as derradeiras intruções, lavou os pés dos discípulos, invertendo as posições, a fim de oferecer uma lição inesquecível:
A verdadeira grandeza, habilitando-nos aos páramos celestiais, esprime-se na disposição de servir.
Lá, o maior de todos é aquele que mais serve, disposto a sacrificars em favor do bem comum.
Simão, o ardiloso hospedeiro, certamente a conecia e favorecera sue ingresso no recinto, tanto que considerou com seus botões:
- Se este homem fosse profeta saberia quem é esta mulher. Trata-se de uma pecadora.
O fato de ter permitido que a "mulher de vida fácil" entrasse em sua casa evidência que estava que estava mal-intecionado.
Pretendia testar os poderes de Jesus.
Os grandes profetas da raça, austeros e dotados de sensibilidade, facilmene identificariam a visitante.  Um Elias um Eliseu não se deixariam iludir. Jamais permitiriam que ela os tocasse, atendendo aos rígidos costumes judaicos. O contato com uma prostituta tornava o homem impuro, algo inconcebível num homem santo.
O dono da casa saboreava, intimamente, seu triunfo. Desmascarando aquele falso profeta!
Eis, porém, que o visitante se voltou para ele:
-Simão, tenho uma coisa para te dizer.
- Fala Mestre...
- Certo homem tinha dois devedores: um devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou a dívida a ambos. Qual deles, portanto, lhe terá maior amor?
O denário era a moeda romana que equivale a um dia de trabalho.
Respodeu Simão:
- Suponho que foi aquele a quem mais perdoou...
Fitando-o com complacência, Jesus comentou:
- Julgaste bem.
E apontando a mulher:
- Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés: ela, porém os regou com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, po´rem, desde que entrei, não cessou de beijar-me os pés. Não urgiste minha cabeça com óleo; ela, pórem, ungiu com perfume os meus pés. Por isso te digo: perdoados lhe são os pecados, que são muitos, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
E, dirigindo-se à mulher:
Perdoados são os teus pecados. A tua fé te salvou; vai-te em paz!
Os que estavam à mesa comentavam, perplexos:
- Quem é este que até perdoa pecados?
Como sempre, Jesus surpreendeu o malicioso opositor com comentários inteligentes, enfatizando inesquecível ensinamento:
A força redentora do amor.
Em Deus, o amor em plennitude.
Evidenica-se nos cuidados divínos.
O pai não quer perder nenhum de suas filhos - ensina Jesus. Por isso, jamais nos marginaliza. Ao invés de nos marginaliza. Ao invés de nos aniquilar como a uma erva daninha, quando nos comprometemos com o mal, concede-nos a bênção de experiências que nos redimem. Por isso, quando reconecemos nossos desvio, tanto maior deve ser nossa gratidão e o empenho por cerrespponder às suas expectativas, quando maior o abismo em que tenhamos mergulhado.
 Legítimo representante da bondade celeste, Jesus convive sem problemas com os fariseus, comprometido com a hipocrisia, e com a mulher, comprometida com a prostituição.
O amor nunca discrimina.
Mas, de Deus, o amor perfeito, perdoa sempre os deslizes de seus filhos, o mesmo não ocorre com nossa consciência quando despertamos para a responsabilidade e avaliamos a extensão de  nosso comprometimentos.
Ela passa a exigir a reparação do mal praticado, impondo-nos dores e angústias que guardam relação com nosso desvios. Colhemos o mal que semesmos, bebemos o fel que instilamos.
O perdão da própria consciência só pode ser consquistado a partir do exercício de amor que se exprime na disposição de servir, eliminando o mal do pretérito com o bem do presente. Foi  exatamente o que faz a mulher que procurou Jesus. Naquele momento não era a pecadora quem ali estava, mas a serva amorosa, dispondo a homenagear aquele homem que, em nome de Deus, çhe ecenava com uma vida diferente.
Aos olhos de Jesus ela estava redimida por aquele amor, embora talvez não redimida perante a prórria consciência, que lhe pediria novo testemunhos.
Há outro especto importante.
Fácil dizer:
- Jesus é meu mestre!
A dificuldade está em ser seu discípulo.
Podemos, como o fariseu, ostentnado ligações com Jesus, entronizando em nossa casa ritos e rezas, imagens e estampas, a caracterizar sua presença em nossa vidas.
Mas, somente seremos discípulos autênticos quando, como a pecadora, o procuramos com o coração, conscientes de nosa misérias morais, sustentnado contrição autêntica e inabaláveis disposição de servir.
Então, sim, estaremos exercitando o amor que redime!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

QUEM TEM MEDO DE DESENCARNAR?


Aprender a morrer, ou seja, aprender a alma para renascer em mundos mais felizes. Ela será a senhora de seus sentidos e emoções, capaz de entender e aceitar seu papel no novo estágio da vida, rumo à evolução.
Pense na possibilidade de partir para uma viagem sem volta. Uma viagem sem bagagem, sem programação definida e sem destino certo, ou conhecido, porém já determinado. Para algumas pessoas este convite é um presente. Elas embarcam nesta viagem sem medo e, com a cara e a coragem, seguem rumo ao desconhecido. Para outras, entretanto, somente pensar nesta possibilidade já lhes é motivo de desespero e de temor. Assim, podemos humildemente poetizar o processo da desencarnação. Imagine se ver em um plano totalmente estranho, deixando para trás toda a história de uma vida inteira. Família, bens, trabalho, títulos e posições social. Ao partir, perde-se tudo; inclusive o direito de ação sobre estas escolhas, que, enquanto encarnado, dependiam exclusivamente de nossas decisões. A desencarnação é um acontecimento que não nos cabe opção, embora algumas pessoas levianamente abreviem seu retorno à pátria espiritual, penetrando no mar de escuridão reservado aos suicidas. Portanto, não é permitido que o homem retarde o tempo encarnado. Quando chegar a hora, não terá jeito.
Em entrevista antes de seu desencarne, a médium Ivone do Amaral Pereira, disse que o maior temor da morte se fundamenta no despreparo do ser humano. Segundo ela, se nós soubéssemos o que nos aguarda do  lado de lá, ficaria mais fácil fazer a programação de viagem.
No Livro "Morri, e Agora?", da Escritora Vera Lucia Marinzeck de Carvalho, ditado pelo espírito Antonio Carlos, há relatos de recém chegados ao plano espiritual, suas dúvidas e suas dificuldades de adaptação. Muitos espíritos se tornam presas fáceis a seus antigos desafetos ou se iludem nos caminhos tortuosos da obsessão e da vingança contra irmãos ainda encarnados. Outros seguem caminhos mais virtuosos. A definição do local para onde o espírito será atraído dependerá do seu merecimento.
Porém, deixando de lado as desavenças espirituais, a desencarnação não precisa ser tão temida e o reingresso do desencarnante na Pátria Espiritual pode ser (e normalmente é) muito aguardado e muito comemorado por auqeles entes queridos que lá habitem. Espíritos que colaboraram com a Codificação da Doutrina Espírita afirmavam a Allan Kardec que a desencarnação está para os espíritos assim como o nascimento de uma criança está para os encarnados. Ou seja, se o acontecimento for motivo de festa e alegria o recém chegado é aguardado com muito zelo e festa. Quando ocorre o contrário, normalmente o espírito encontra desafetos e inimigos aguardando sua chegada.
Conta-se que Chico Xavier, embora mantivesse contato direto com o plano espiritual, gostava tanto de estar vivo que não ansiava por seu retorno ao mundo dos espíritos. Certa vez, dizem que um amigo lhe disse: "Chico, contam que no mundo espiritual existe uma casinha azul, muito linda e aconchegante esperando quem chegar da terra. O que você acha desta ideia?". Ao que Chico prontamente respondeu: "Eu prefiro continuar por aqui numa casinha amarela mesmo".
"Todo o meu reino, Senhor, por mais um minuto de Vida!".
Elizabeth I - Rainha da Inglaterra
Caminho reto
O local para aonde o homem vai depende exclusivamente de seu merecimento e de sua afinidade. Se tiver quem zele por ele no plano espiritual, mesmo sem merecer, terá acompanhamento onde quer que ele esteja. Outros são atraídos para regiões do umbral, onde se afinizam com os moradores do local, ou seja, suas atitudes e seu pensamentos comungam da mesma intenção.
Se o espírito acredita na continuidade a vida após o desenlace do espírito do corpo físico, é licito que ele não tema a desencarnação. O materialista credita que ao cerrar os olhos tudo acaba, mas para o espírito a vida continua. Ainda mais lívida e mais clara, para aqueles que  conseguem ver com os olhos do espírito.
Máteria Públicada na Revista Espiritismo-Filosofia-Ciência-religião - Ano 4, nº 7 - 2010.