quinta-feira, 1 de julho de 2010

QUEM TEM MEDO DE DESENCARNAR?


Aprender a morrer, ou seja, aprender a alma para renascer em mundos mais felizes. Ela será a senhora de seus sentidos e emoções, capaz de entender e aceitar seu papel no novo estágio da vida, rumo à evolução.
Pense na possibilidade de partir para uma viagem sem volta. Uma viagem sem bagagem, sem programação definida e sem destino certo, ou conhecido, porém já determinado. Para algumas pessoas este convite é um presente. Elas embarcam nesta viagem sem medo e, com a cara e a coragem, seguem rumo ao desconhecido. Para outras, entretanto, somente pensar nesta possibilidade já lhes é motivo de desespero e de temor. Assim, podemos humildemente poetizar o processo da desencarnação. Imagine se ver em um plano totalmente estranho, deixando para trás toda a história de uma vida inteira. Família, bens, trabalho, títulos e posições social. Ao partir, perde-se tudo; inclusive o direito de ação sobre estas escolhas, que, enquanto encarnado, dependiam exclusivamente de nossas decisões. A desencarnação é um acontecimento que não nos cabe opção, embora algumas pessoas levianamente abreviem seu retorno à pátria espiritual, penetrando no mar de escuridão reservado aos suicidas. Portanto, não é permitido que o homem retarde o tempo encarnado. Quando chegar a hora, não terá jeito.
Em entrevista antes de seu desencarne, a médium Ivone do Amaral Pereira, disse que o maior temor da morte se fundamenta no despreparo do ser humano. Segundo ela, se nós soubéssemos o que nos aguarda do  lado de lá, ficaria mais fácil fazer a programação de viagem.
No Livro "Morri, e Agora?", da Escritora Vera Lucia Marinzeck de Carvalho, ditado pelo espírito Antonio Carlos, há relatos de recém chegados ao plano espiritual, suas dúvidas e suas dificuldades de adaptação. Muitos espíritos se tornam presas fáceis a seus antigos desafetos ou se iludem nos caminhos tortuosos da obsessão e da vingança contra irmãos ainda encarnados. Outros seguem caminhos mais virtuosos. A definição do local para onde o espírito será atraído dependerá do seu merecimento.
Porém, deixando de lado as desavenças espirituais, a desencarnação não precisa ser tão temida e o reingresso do desencarnante na Pátria Espiritual pode ser (e normalmente é) muito aguardado e muito comemorado por auqeles entes queridos que lá habitem. Espíritos que colaboraram com a Codificação da Doutrina Espírita afirmavam a Allan Kardec que a desencarnação está para os espíritos assim como o nascimento de uma criança está para os encarnados. Ou seja, se o acontecimento for motivo de festa e alegria o recém chegado é aguardado com muito zelo e festa. Quando ocorre o contrário, normalmente o espírito encontra desafetos e inimigos aguardando sua chegada.
Conta-se que Chico Xavier, embora mantivesse contato direto com o plano espiritual, gostava tanto de estar vivo que não ansiava por seu retorno ao mundo dos espíritos. Certa vez, dizem que um amigo lhe disse: "Chico, contam que no mundo espiritual existe uma casinha azul, muito linda e aconchegante esperando quem chegar da terra. O que você acha desta ideia?". Ao que Chico prontamente respondeu: "Eu prefiro continuar por aqui numa casinha amarela mesmo".
"Todo o meu reino, Senhor, por mais um minuto de Vida!".
Elizabeth I - Rainha da Inglaterra
Caminho reto
O local para aonde o homem vai depende exclusivamente de seu merecimento e de sua afinidade. Se tiver quem zele por ele no plano espiritual, mesmo sem merecer, terá acompanhamento onde quer que ele esteja. Outros são atraídos para regiões do umbral, onde se afinizam com os moradores do local, ou seja, suas atitudes e seu pensamentos comungam da mesma intenção.
Se o espírito acredita na continuidade a vida após o desenlace do espírito do corpo físico, é licito que ele não tema a desencarnação. O materialista credita que ao cerrar os olhos tudo acaba, mas para o espírito a vida continua. Ainda mais lívida e mais clara, para aqueles que  conseguem ver com os olhos do espírito.
Máteria Públicada na Revista Espiritismo-Filosofia-Ciência-religião - Ano 4, nº 7 - 2010.

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